Segundo dados da Fundação Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais do Piauí (CEPRO), o Piauí teve uma queda de 0,23% no primeiro trimestre de 2014, em relação a 2013. As exportações atingiram US$ 20.397.142. E as importações ficaram em 38,93%, atingindo US$ 62.775.921.
Para o presidente da AIP, Joaquim Gomes da Costa Filho, o Estado poderia exportar e contribuir muito mais para o desenvolvimento econômico do Piauí. “O Piauí é o Estado menos industrializado do Nordeste; justamente pela falta de um porto em nosso litoral. Quando o Governo do Estado sai em busca de empresas para se instalarem no Piauí, principalmente na ZPE (Zona de Processamento de Exportação), a primeira pergunta que vem do investidor é: vocês têm um porto para escoar estes produtos? Então isso dificulta. Isso é um gargalo que o Piauí tem que vencer para progredir no seu desenvolvimento. A falta do porto é o primeiro impedimento que o Piauí enfrenta”, frisa Joaquim Costa (foto abaixo).
Competitividade
Ainda de acordo com a CEPRO, o Piauí tem exportado principalmente para Ásia (4167%), EUA (26,14%), União Europeia (25,62%), ALADI (2,73%) e África (1,32%). Mas as indústrias piauienses têm perdido a competitividade, segundo alerta Joaquim Costa.
“Para escoar seus produtos, as indústrias piauienses têm que recorrer aos portos de Estados vizinhos encarecendo o preço final do produto. Quando você não tem um porto, tem que se deslocar via rodoviária até onde existe um, para escoar seu produto. O transporte rodoviário é caríssimo, porque é movido a óleo diesel. E com isso, o frete fica o dobro se comparado com os outros Estados. O que faz com que o produto piauiense perca a competitividade.”, explica.
Os principais produtos que o Piauí tem exportado são os produtos Químicos Orgânicos (6,18%), Mel (4,34%), Couros e Peles (1,92%), Quartzitos (0,91%) e Outros (1,18%). E estes produtos têm escoado pelos portos de Pecém, no Ceará, e Itaqui, no Maranhão, que são hoje os principais escoadores dos produtos piauienses.
É por estes dois portos que a soja, a cera de carnaúba, os minérios, o mel, entre outros produtos são enviados para todo o país e exterior. Nos últimos dois meses a Cooperativa de Apicultores de Simplício Mendes (COMAPI), por exemplo, exportou mais de 80 toneladas de mel para empresas nos Estados Unidos da América e na Europa.
Investimentos
Nos últimos anos, o governo do Estado tem investido na criação de uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE), para atrair novas empresas para o Piauí. Algumas já estão se instalando por lá. Mas segundo Joaquim Costa, somente a criação da Zona não é o suficiente.
“Atualmente vai se instalar na ZPE, uma indústria química e uma indústria de cera de carnaúba. Já estão iniciando suas plantas industriais. E estão lá porque elas têm a matéria-prima próxima à região de Parnaíba, tanto a cera de carnaúba como o Jaborandi. Se não fosse por isso elas não estariam lá, elas iriam para o Ceará, para o Maranhão. A ZPE do Piauí só se viabilizará completamente com a construção do porto de Luis Correia”, argumenta o presidente da AIP.
Entretanto, o secretário de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico do Estado, José Neri (o Nerinho), afirma que a construção de um porto seco é mais urgente. “O porto de Luís Correia é de suma importância, mas antes é preciso ter um porto seco. O porto de Luís Correia com certeza vai atrair mais investimentos, até pela localização mais próxima à Europa. Mas é preciso também novos atrativos, como melhorar o incentivo fiscal. E o governador Wellington Dias tem se empenhando, já esteve em Brasília tentando tirar os impedimentos legais para dar continuidade à construção do porto de Luís Correia”, frisa.
O secretário informou também que o governo do Estado está estudando a possibilidade de interligar a construção da Transnordestina com o Porto e a ZPE de Parnaíba. “A Transnordestina é uma realidade, então estamos trabalhando a viabilidade de interligá-la à ZPE e ao Porto de Luís Correia. O que vai ajudar também na importação dos grãos produzidos no Sul do Estado e de outros produtos”, afirma Nerinho.
O sonho da construção de um porto marítimo no município de Luís Correia, no Norte do Estado, é alimentado pela população e pelo empresariado piauiense e de outros Estados há pelos menos 31 anos.
A concretização da obra é hoje para o Estado, não somente uma questão de ‘prestar contas’ à população, mas uma necessidade real para o desenvolvimento do Piauí. O presidente da Associação Industrial Piauiense, Joaquim Costa, vai além e diz que “é vital para o Estado.”.
Fonte PortalAZ