Cientistas
descobriram um ingrediente na cerveja que pode retardar a progressão de doenças
degenerativas, como Alzheimer e Parkinson.
Em experiências de
laboratório, eles descobriram que a substância química, chamada xanthohumol,
pode ajudar a proteger as células do cérebro dos danos oxidativos associados à
demência.
A pesquisa,
publicada no Journal of Agricultural and Food Chemistry, sugeriu que as pessoas
que bebem regularmente cerveja podem afastar a progressão de doenças neurológicas.
O Dr. Jianguo Fang,
da Universidade de Lanzhou, na China, disse: "Essa substância pode ser
encontrado em um grupo de plantas secas e são amplamente usadas em cervejas e
alguns tipos de refrigerantes”.
Ele prossegue: “Na medicina tradicional chinesa, o lúpulo
têm sido utilizado para tratar uma variedade de doenças por séculos. A presença
de uma elevada concentração de xanthohumol em cervejas pode ser associado à
observação epidemiológica, tornando o hábito de beber cerveja algo benéfico”.
Xanthohumol tem atraído um interesse considerável por causa de suas
funções farmacológicas múltiplas, por ser antioxidante, proteger o coração, ser
anticancerígeno, contribuir contra a obesidade, ser anti-inflamatório e
prevenir o câncer.
A equipe do Dr.
Fang isolou moléculas de xanthohumol e testou em células cerebrais de
camundongos em uma série de experimentos de laboratório. Eles descobriram que o
xanthohumol reduziu o nível de estresse oxidativo nas células, um processo
prejudicial que é tido como intimamente ligado a doenças degenerativas.
No artigo na
revista, os pesquisadores disseram: “As células neuronais são particularmente
vulneráveis ao estresse oxidativo por ter reposição limitada durante toda a
vida. Cada vez mais provas mostram que o estresse oxidativo é uma das causas de
patogenias neurológicas e de doenças neurodegenerativas, tais como Alzheimer e
Parkinson”.
“Bloqueando o
processo oxidativo, torna-se eficiente bloquear ou retardar o processo que
desenvolve tais doenças”, concluíram.
A equipe do Dr.
Fang sugeriu que a cerveja pode retardar doenças neurológicas comuns, mas eles
também sugeriram que a molécula poderia ser usada em medicamentos, em
concentrações maiores.
Eles citaram um estudo canadense de 1998, em que homens que bebiam regularmente cerveja
possuíam taxas menores de câncer de próstata, um efeito que também é creditado
ser pelo xanthohumol.
No entanto,
cientistas que não estiveram relacionados com o estudo, alertam que o consumo
excessivo de cerveja, em uma frequência muito alta, pode ser um problema, já
que o excesso de álcool está associado a um risco maior de demência por
destruir tecido cerebral.
Os médicos orientam a não beber
excessivamente cerveja buscando efeito protetor, mas dizem que a pesquisa é
importante e pode levar à elaboração de novos medicamentos na luta contra as
doenças neurodegenerativas.
O Dr. Arthur Roach,
diretor de pesquisa da Parkinson UK, disse: "Muitas drogas têm suas
origens em produtos naturais. Xanthohumol, a ‘molécula da cerveja’ em que este
estudo enfoca, parece ter efeito protetor sobre as células cultivadas em
laboratório”, disse.
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