O que significa uma eleição no ano de uma copa do mundo?
Vai ser difícil falar de política no ano de 2014 com uma Copa do Mundo no Brasil. Os seis meses iniciais serão preenchidos com manchetes e reportagens sobre jogos, economia aquecida, turismo e todas as dificuldades que o país vai enfrentar.
Aqui no Piauí não vai ser diferente, apesar de o Estado não ser sede de jogos.
A grande massa não se envolve nas discussões nos períodos considerados normais, imagine em meio a ruas pintadas, comemorações, euforia...
|
Zé Filho |
Alguns políticos já estão apostando que tanto barulho vai conseguir camuflar estratagemas eleitorais e acordos de bastidores. O Jogo pesado vai ser jogado é aqui. A escalação atual é Silvio Mendes atuando por outro partido, Wellington Dias sem os bons passes de Wilson Martins e Ciro Nogueira correndo pela lateral se preparando para fazer o gol ou lançando a bola para um escolhido.
O verdadeiro esquema tático, porem, é outro. As mágoas das últimas eleições começam a influenciar as decisões: chega a hora de lembrar as promessas não cumpridas e os elogios se tornam verdadeiras facas de dois gumes. Já não é mais segredo o fim do casamento PSB/PT e a noiva da vez é Silvio Mendes, que está entre as relações de Firmino Filho, Eduardo Campos, Wilson Martins e Ciro Nogueira.
|
Sílvio Mendes |
A recente presença de Silvio Mendes na propaganda institucional partidária do PSDB, pregando uma política transparente, ética e técnica deixa dúvidas quanto a sua saída do partido, mas ele não estava à vontade no vídeo. A desenvoltura não era a mesma das propagandas eleitorais de 2012, o que demonstra um certo grau de incerteza, permitindo análises e a criação de vários possíveis cenários:
O primeiro deles seria a desistência de sua empreitada ao Governo do Estado em conseqüência de um possível acordo entre Firmino, Wilson e o Vice-Governador José Filho, sob as bênçãos de Eduardo Campos.
O segundo seria o cumprimento da promessa de Wilson Martins, feita no programa de Rivaldo Feitosa, logo após a eleição de 2010, de que não seria mais candidato a nada depois do seu Governo.
|
Wellington Dias |
Neste cenário José Filho não assumiria, mas poderia ser o candidato do governador. Ou então, Wilson apoiaria Wellington Dias, com o vice mais uma vez indicado pelo PMDB.
O sonho de Wellington Dias, independentemente de Wilson Martins sair do Governo ou não, seria ter Silvio Mendes como seu candidato a vice, naturalmente depois que o ex-prefeito mudasse de partido porque uma aliança com o PSDB, mesmo só a nível local, o PT nacional não aceitaria.
|
Ciro Nogueira |
O fiel da balança, em todos os cenários, é o vice-governador José Filho. Com a força do PMDB e da caneta, ele tem tudo para viabilizar-se como forte candidato. Os números desfavoráveis de pesquisas mostradas até aqui são contestáveis por muitos motivos.
O Vice-Governador é jovem, tem uma boa assessoria, compromisso de um número impressionante de prefeitos municipais e vem de um grande reduto eleitoral. Em 94 o tio dele, Mão Santa, sem nada disso chegou ao segundo turno e ganhou a eleição.
|
Wilson Martins |
Toda eleição tem a sua particularidade. Ao longo de 36 anos de profissão já vi a ascensão de muitos políticos que sequer eram cotados para ser vereador e a queda de dezenas que se imaginavam donos do Piauí e eram bajulados pelo poder econômico e até por boa parte da minha classe.
Sou testemunha presencial de muitos acontecimentos que fizeram a história do Piauí ao longo dessas três décadas e meia. Por isso arrisco um palpite: se José Filho assumir mesmo o Governo do Estado e for candidato a reeleição chegará ao segundo turno da eleição.
|
Firmino Filho |
Fonte: GP1 / Feitosa Costa