Manter um preso numa penitenciária no Piauí é mais caro do que manter um estudante numa universidade pública. Enquanto um aluno matriculado na Universidade Federal do Piauí- UFPI custa pouco mais de R$11mil por ano, um preso mantido em regime carcerário custa R$1.800 para o cofre público do Estado por mês, um gasto anual de pelo menos R$21 mil por cada preso.
O investimento na educação e no regime penitenciário inclui, além dos salários dos profissionais que atuam numa dessas áreas, os equipamentos físicos e tecnológicos usados em cada uma das atividades e os valores de manutenção do aluno ou do preso como na alimentação e na estrutura física do local que cada um deles freqüenta. Para manter um preso existe uma logística que envolve desde o policiamento de rua, o sistema judiciário e penitenciário. O somatório de toda esta cadeia, segundo a avaliação do professor Bispo, eleva, e muito, os gastos para se manter um detento numa penitenciária quando se compara com os recursos destinados à educação superior.
Apenas 3% da população brasileira na faixa etária de 18 a 24 anos estão dentro das universidades. O governo federal emprega de 3% a 7% do PIB (Produto Interno Público) para educação. A porcentagem envolve a educação básica e a superior. "Algo irrisório principalmente quando se trata de educação e da demanda que o país tem hoje. O ideal seria de no mínimo 10% a porcentagem destinada para educação", observa o professor Bispo.
O professor José Arimatéia Dantas, pró-reitor de planejamento (PROPLAN) da UFPI diz que atualmente um estudante custa para a instituição R$ 11.252 anuais - os quais são investidos em ações voltadas para a assistência estudantil. Ele explica que o dinheiro chega ao estudante em forma de benefícios como os RU's [Restaurantes Universitários], através das residências universitárias, as bolsas-permanência, além da ampliação da infraestrutura da instituição, aumentando os custos de manutenção por parte da universidade.
Fonte: Diário do Povo do PI
Edição Blog do Pessoa
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