O Piauí aparece como o segundo estado com menor número de favelas do Nordeste, segundo levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo identifica 173 comunidades urbanas classificadas como aglomerados subnormais.
Desse total, 98% estão localizadas em Teresina, o que reforça a concentração da ocupação urbana irregular na capital. O levantamento considera áreas caracterizadas por ocupações irregulares, ausência de infraestrutura e vulnerabilidade social.
Apesar dos números, a pesquisa tem sido alvo de questionamentos por parte de lideranças comunitárias. Para Carlos Júnior, presidente da Central Única das Favelas (CUFA) no Piauí, os dados não refletem a realidade das comunidades espalhadas pelo estado.
Segundo ele, muitas áreas que enfrentam problemas típicos de favela não entram nos critérios do IBGE, o que gera subnotificação.
“O levantamento não contempla diversas comunidades que vivem em situação de vulnerabilidade, sem saneamento, sem regularização fundiária e com precariedade habitacional. É preciso uma metodologia que enxergue essas famílias invisibilizadas”, afirmou o representante da CUFA.
A entidade defende que seja feito um mapeamento mais amplo, incluindo localidades que ainda não possuem reconhecimento formal, mas vivem condições semelhantes às de favelas.
O IBGE, por sua vez, explica que a classificação de “aglomerado subnormal” segue critérios técnicos, como irregularidade fundiária, densidade domiciliar, padrão urbanístico e histórico de ocupação. A metodologia, no entanto, costuma ser debatida em estudos acadêmicos e por movimentos sociais que afirmam que a realidade urbana é mais complexa do que os critérios conseguem registrar.
Mesmo aparecendo com baixa quantidade de favelas em números absolutos, o Piauí ainda enfrenta desafios significativos em áreas de vulnerabilidade urbana, especialmente na capital.



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