Vereadores de Cajueiro da Praia, Caxingó e Jatobá perderam mandatos. Em Porto do Piauí, Assunção e Pau D'arco as ações estão adiantadas e podem também levar a cassações.
Mais três vereadores perderam seus mandados conquistados na
última eleição em Cajueiro da Praia. O motivo é o
mesmo que já derrubou outros seis parlamentares, fraude na cota de gênero, ou
se preferir, uso de “laranjas” para completar a exigência da Lei eleitoral para
o número de mulheres na disputa. A sentença do juiz Carlos Alberto Bezerra
Chagas, na última sexta-feira (26), cassou toda a chapa da Federação Brasil da
Esperança (PT/PcdoB/PV).
Perderam os mandatos os três vereadores do Partido dos
Trabalhadores: Luciano do Sérgio, o campeão de
votos com 490 sufrágios, João Pedro, com 369 votos e Veudo Damasceno,
que atingiu 353 votos. Além disso, estão inelegíveis por oito anos, ao lado de
todos os demais companheiros de chapa.
O motivo dessa rebordosa aconteceu porque a Federação inscreveu Tércia Cristina
Ribeiro Franco, que teria sido usada apenas formalmente para
atender à porcentagem mínima de mulheres exigida pela Lei. Ela recebeu apenas
quatro votos e movimento sua campanha com apenas R$ 50,00. Todo esse dinheiro
teria sido gasto com material impresso, como consta na sua prestação de contas.
A defesa ainda tentou justificar o desempenho da candidata por uma suposta
cirurgia de catarata no dia 17 de agosto e que ela é filiada há 23 anos. Porém,
as alegações não colaram e o juiz derrubou todas as argumentações.
Carlos Alberto Bezerra Chagas também determinou a anulação de
todos os votos da Federação, neste caso, 2076 votos obtidos pelos candidatos do
PT. Isso corresponde a quase 1/3 da votação em 2024 em Cajueiro da Praia, que
contabilizou 6.595 votos válidos. Com essa decisão haverá recontagem do
quociente eleitoral e partidário, o que deve mudar significativamente o
parlamento.
Como aspecto humano desse processo, vale considerar que muitas
mulheres são colocadas em candidaturas simbólicas apenas para cumprir
formalidades legais, sem real participação ou possibilidade de exercício do
mandato — situação que fragiliza a democracia e perpetua desigualdades. Neste
caso, Tércia Cristina acabaria sendo figura decorativa para possibilitar que os
homens da federação assumissem os mandatos.
OUTROS CASOS
A Justiça Eleitoral
já cassou pelo menos nove vereadores no Piauí eleitos em 2024. O motivo,
sempre o mesmo, fraude na cota de gênero, ou de forma mais popular, uso de
laranjas na campanha.
No dia primeiro de setembro a Justiça Eleitoral em Campo Maior
anulou os votos do PODEMOS de Jatobá do
Piauí e tornou inelegíveis, por oito anos, os vereadores
eleitos João
Moraes da Silva Neto, conhecido como Neto Fogo, e João Pereira da
Silva Júnior, o Júnior Catiringa.
Em Caxingó, mais três parlamentares
cassados em agosto. Desta vez os vereadores Geovane Calafate, Luiz Carlos e Arabela Machado,
todos do PSD.
Existem ainda ações tramitando na Justiça Eleitoral que pode
levar a cassação de vereadores, como por exemplo, em Pau D’arco,
Assunção do Piauí e Porto do Piauí.


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