A defesa do vereador Thiciano Ribeiro, assassinado a tiros no dia 27 de agosto, junto a comandante da Guarda Municipal de Parnaíba, Penélope de Brito, espera que Francisco Fernando seja denunciado e posteriormente julgado pelo Tribunal Popular do Júri.
A manifestação veio após a conclusão do inquérito feito pela delegada Nathalia Figueiredo, titular do Núcleo de Feminicídio do DHPP. Francisco Fernando foi indiciado por feminicídio consumado, homicídio qualificado e tentativa de homicídio contra o taxista Paulo César, que ficou ferido pelos estilhaços dos disparos realizado contra as vítimas.
“Estamos acompanhando de forma muito próxima todas as diligências, sempre em diálogo com o Ministério Público e a delegada Nathalia Figueiredo. O que a conclusão do inquérito mostrou é um conjunto robusto de provas, imagem, vídeos, testemunhas e até confissões de forma indiretas que demonstram a premeditação do crime cometido de forma cruel. O que nós esperamos diante dos fatos é que seja uma pena justa, que ele possa ser punido ao rigor da lei, que seja denunciado, pronunciado e que ele vá ao Tribunal Popular do Júri”, afirma o advogado Rony Staylon.
As qualificadoras do homicídio contra Thiciano Ribeiro foram: motivo torpe, sem chance de defesa a vítima, meio cruel e perigo comum.
A delegada Nathalia Figueiredo também concluiu, após informações levantadas durante a investigação, que Francisco Fernando agiu de forma premeditada. Esse ponto também é sustentado pela defesa do vereador, que teceu críticas a estratégia de difamar as vítimas após o crime.
“Tentar reduzir a barbaridade do crime a boatos das vítimas é uma estratégia da defesa, inverter a lógica dos fatos, mas isso é inaceitável. O crime decorreu unicamente da ação premeditada e covarde do suspeito”, pontua a defesa.
Com a conclusão do inquérito, a defesa aguarda o pronunciamento do Ministério Público do Piauí sobre denúncia contra o suspeito. Caso ele seja denunciado, o caso passa a Justiça do Piauí. Enquanto isso, Francisco Fernando aguarda o processo preso, já que teve sua prisão em flagrante convertida em preventiva durante audiência de custódia.
Crime planejado e relação de abuso
A conclusão do inquérito policial apontou que o crime teria sido planejado. Além disso, a delegada Nathalia Figueiredo destacou que os depoimentos das testemunhas revelaram o comportamento agressivo de Francisco Fernando em relação à ex-esposa, que seria incomodado com o fato dela ser sua comandante da Guarda Municipal de Parnaíba.
"Chegou informações que de fato houve uma premeditação sim. Quando foi analisado o contexto de relação do casal, foi nos trazida informações que foram importantes, principalmente no contexto de abusividade que Penélope vivia na relação. Ele era extremamente grosseiro, se incomodava com o fato de Penélope ocupar um posto de comando de uma unidade que ele fazia parte. Toda essa campanha de difamação que foi levantada contra Penelope não foi comprovada em sede de investigação, muito pelo contrário. Na nossa investigação ficou claro que Francisco Fernando era extremamente grosseiro na relação e isso foi trazido por familiares e amigos próximos”, destacou a autoridade policial.
Nathália Figueiredo ainda informou que amigos e familiares relataram que Francisco Fernando chegou a condicionar a continuidade do casamento a sua saída da função. Penélope optou então pela separação e passou a sofrer com ameaças. Ela teria inclusive cogitado solicitar medida protetiva contra o ex-marido, mas acabou mudando de ideia após ele iniciar um novo relacionamento.
"Isso foi trazido por familiares e amigos, que ele se incomodava com o fato da Penélope ocupar um posto de comando, e isso por mérito seu. Todas as pessoas trouxeram que a Penélope era extremamente diligente e comprometida com o trabalho e ele deu uma espécie de ultimato, ou ela saía do comando ou o relacionamento teria fim. Ela não sucumbiu a essas investidas dele, terminou o relacionamento, seguiu a vida dela como qualquer outra pessoa teria direito e ele inconformado por não querer mais voltar ao relacionamento, passou a persegui-la. Tanto que a vítima passou a se sentir ameaçada, a se sentir perseguida, causando um processo de ansiedade e chegou até mesmo a ventilar a possibilidade de pedir medida protetiva. Segundo amigos, ela só baixou a guarda quando viu que o Francisco fernando estava se relacionando com outra pessoa, acreditava que ele estava seguindo em frente, algo que infelizmente não aconteceu e teve um desfecho cruel e fatal", concluiu.


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