25 de mai. de 2025

O POETA E O INSETO

 




Elmar Carvalho

 

Uma música longínqua

e melancólica cria ressonâncias

na concha acústica de minha alma.

A bebida eu a tomo em longos goles.

Um inseto pousa sobre

a mesa e me faz companhia.

Sorve um trago da porção/poção

(derr)amada. E se embriaga.

A tristeza imensa me deixa cruel:

enxoto o pobre inseto bêbado que

ensaia um atropelado voo. E cai.

A tristeza continua a crescer e a cair

em minha alma como infiltrações de estalactites

em (f)urna mortuária ..........................................

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