16 de mai. de 2025

Campanha no Brasil investiga doença com dor generalizada e desmaios

Foto: Reprodução/ PinterestCarrapato

Beatriz Burgos descreve sua experiência com a doença de Lyme como um momento que "virou minha vida de cabeça para baixo". Diagnosticada em 2014, a jornalista enfrentou uma série de sintomas debilitantes, incluindo febre, desmaios e dores generalizadas, antes de descobrir a causa de seu sofrimento. A doença de Lyme, causada pela bactéria Borrelia burgdorferi e transmitida por carrapatos infectados, é frequentemente subdiagnosticada, especialmente no Brasil, onde não há dados oficiais devido à falta de notificação obrigatória.

Nos Estados Unidos, estima-se que cerca de 476 mil casos sejam diagnosticados anualmente. No entanto, no Brasil, muitos médicos não consideram a doença de Lyme como um diagnóstico possível, confundindo-a com outras condições como esclerose múltipla ou fibromialgia. "A doença de Lyme pode afetar todos os sistemas e órgãos do corpo, impactando significativamente a qualidade de vida das pessoas", explica Beatriz. Ela destaca a importância de os profissionais de saúde considerarem essa possibilidade diagnóstica.

Devido à gravidade de seus sintomas, Beatriz precisou se afastar do trabalho. "É muito incapacitante", declara. Atualmente em remissão, ela criou a campanha "Fala de Lyme, Brasil" para conscientizar sobre a doença. "Estou tentando seguir a vida e faço, em maio, esse movimento para conscientizar sobre a doença. Mas é muito difícil. Precisei sair do meu emprego, por exemplo, porque estava com quadro de desmaios e confusão mental", afirmou.

A doença de Lyme foi identificada pela primeira vez na cidade de Lyme, em Connecticut (EUA), na década de 1970. No Brasil, o primeiro caso foi diagnosticado em 1991, e desde então, casos têm sido reportados em todo o país. Os sintomas geralmente aparecem entre três e 32 dias após a picada do carrapato e podem incluir fadiga, febre, dor difusa, espasmos musculares, cefaleia, dor de garganta, insônia, alterações cognitivas, ansiedade, depressão, problemas cardíacos, suores noturnos e disautonomia.

Beatriz passou por diversos médicos antes de receber o diagnóstico correto. "Devido a uma série de fatores, a doença evoluiu para a forma crônica, e, depois de passar por dois tratamentos, ao fim de 2015 entrei em remissão. No segundo semestre de 2021, voltei a apresentar um quadro semelhante ao de 2014 e somente em maio de 2022 procurei ajuda médica, quando foi confirmado que eu estava passando por uma recaída da doença", explicou. Ela passou por tratamento de junho de 2022 até 2024, quando entrou em remissão novamente.

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