A Polícia Civil do Piauí realizou, na manhã desta quarta-feira (8), coletiva de imprensa para tratar da prisão de Francisco de Assis Pereira da Costa, acusado de matar por envenenamento quatro pessoas da própria família em Parnaíba. Segundo o delegado Abimael Silva, ele tinha uma relação conflituosa com os familiares e nutria um ódio específico por Francisca Maria Silva, sua enteada e uma das vítimas que perdeu a vida.
Francisco de Assis é casado com Maria dos Aflitos, mãe de
Francisca Maria e avó do adolescente e das duas crianças que também morreram
envenenadas após comerem um arroz contaminado pela substância tóxica terbufós.
Ele foi a última pessoa a dormir na casa em que moravam 11 pessoas, na noite
anterior ao envenenamento.
De
acordo com o delegado, Francisco de Assis apresentou informações contraditórias
nos três depoimentos prestados à polícia. “Ele deu mais de três versões do que
aconteceu nesse intervalo. Ele disse primeiro que não tinha chegado perto da
panela, depois, disse que tinha chegado, depois que não tinha orientado ninguém
a utilizar o arroz. As informações entram em contradição com o depoimento de
todas as outras pessoas, que estão em consonância, apenas o dele está
dissonante do restante dos depoimentos. Essa é a principal questão da
suspeição”, informou.
Nutria
ódio pelos enteados
Ainda
conforme a autoridade policial, Francisco demonstrou nutrir ódio pelos filhos
da esposa, principalmente por Francisca Maria. “O senhor Francisco de Assis
prestou três depoimentos e revelou, assim como as filhas da dona Francisca, que
eles tinham um relacionamento muito conturbado, para dizer o mínimo. Ele não
falava com nenhum dos enteados e tinha um sentimento de ódio específico em
relação à dona Francisca, mãe das crianças. Esse sentimento de ódio era tão
grande que, mesmo com ela no leito de morte, ele não conseguiu esconder isso
nos depoimentos”, relatou.
O
delegado Abimael Silva revelou ainda que o acusado se referia aos familiares
como “primatas” e afirmava que eram pessoas sem higiene, convivendo com todos
por falta de opção. Sobre Francisca Maria, ele disse que ela era “tola”,
“inútil”, entre outros adjetivos depreciativos.
“Além
de ter um desprezo completo pelos filhos da dona Francisca, os quais ele chamou
de ‘primatas’, dizia que viviam como uma tribo de índios, pessoas sem higiene,
com quem ele não queria conviver, mas suportava. Em específico, sobre dona
Francisca Maria, ele afirmou que ela era uma criatura de mente boba, tola,
matuta, morta de preguiça, que não servia para nada, praticamente inútil.
Chegou a falar para a mãe dela: ‘essa tua filha não procura um homem que
trabalhe, só procura vagabundo’. Ele manifestou várias vezes o desejo de que
ela saísse de casa”, completou o delegado.
Vítimas
Das
11 pessoas que viviam na casa, quatro morreram: os irmãos Manoel Leandro da
Silva, 18 anos, e Francisca Maria da Silva, 32 anos, além dos filhos de
Francisca, Igno Davi Silva, de 1 ano e 8 meses, e Maria Lauane Fontenele, 3
anos. Uma criança de quatro anos segue internada no Hospital de Urgência de
Teresina (HUT) em estado grave.
GP1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente essa postagem
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.