A Câmara dos Deputados está avaliando a possibilidade de aumentar o número de parlamentares da Casa, com base em uma decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a redistribuição de cadeiras. A proposta em questão prevê a criação de até 18 novas vagas, o que poderia elevar o total de deputados de 513 para 531.
O tema ganhou destaque na agenda da cúpula da Câmara,
especialmente com o apoio de Hugo Motta (Republicanos), favorito para
assumir a presidência da Casa na próxima legislatura. Motta já havia abordado o
assunto durante sua campanha, defendendo a ampliação do número de
parlamentares.
Atualmente, o
Brasil possui uma proporção de um deputado para cada 413 mil habitantes,
levando em conta os 212 milhões de brasileiros e as 513 cadeiras da Câmara.
Caso, a proposta seja aprovada, a relação passaria para um deputado para cada
399 mil habitantes, aproximando-se um pouco mais da proporção observada nos
Estados Unidos, onde há 435 deputados para uma população de cerca de 335
milhões de pessoas, ou seja, um para cerca de 770 mil cidadãos.
A mudança de número de vagas nos Estados é o resultado de uma ação
judicial movida pelo Estado do Pará, que, em 2017, pediu ao STF uma atualização
da distribuição das cadeiras da Câmara. O STF, em decisão recente, deu ganho de
causa ao Pará, que terá direito a quatro novos deputados, elevando sua bancada
de 17 para 21 parlamentares. Além disso, outros sete Estados ganhariam
deputados, como Amazonas, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará e Santa
Catarina. Por outro lado, sete Estados perderiam cadeiras, como Alagoas, Bahia,
Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
A proposta de
criar novas vagas, no entanto, enfrenta uma resistência considerável entre os
parlamentares. A deputada Júlia Zanatta (PL) criticou a ideia, afirmando que a
população não aceitaria o aumento do número de deputados. O também deputado
Rafael Pezenti (MDB) tem um projeto que tem como objetivo apenas a atualização
do número de vagas por Estado e se posiciona contra a criação de novos
parlamentares. Além disso, representantes de Estados que perderiam cadeiras
também se opõem à medida. O paraibano Cabo Gilberto (PL) sugeriu que, caso
houvesse qualquer alteração no número de vagas, a proposta deveria ser no
sentido de reduzir o número de deputados. Já Kim Kataguiri (União Brasil)
afirmou que a medida não prosperaria, pois a sociedade seria contra o aumento.
Por outro lado, defensores da proposta argumentam que a criação de
novas vagas não acarretaria aumento significativo de custos, uma vez que o
orçamento do Legislativo tem apresentado sobras nos últimos anos. Eles defendem
que a ampliação das cadeiras na Câmara poderia contribuir para uma
representação mais equitativa da população.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente essa postagem
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.