9 de jan. de 2025

Após prisão de padrasto, cajus ingeridos por crianças em Parnaíba serão novamente periciados

 Instituto de Criminalística diz que há um padrão nas mortes dos meninos envenenados no ano passado e da família envenenada no começo do ano.

Ulisses Gabriel e João Miguel foram vítimas de envenenamento em cajus

Instituto de Criminalística do Piauí vai periciar novamente os cajus que foram ingeridos pelos meninos João Miguel e Ulisses Silva, mortos envenenados em agosto do ano passado em Parnaíba. A decisão foi tomada nesta manhã (08) após a prisão do padrasto da mãe das crianças, Francisco de Assis Pereira, ser preso suspeito de envenenar toda a família no início deste ano.

Em entrevista a O Dia, o perito-geral do Instituto de Criminalística, Antônio Nunes, explicou que em todos os casos – tanto o dos meninos, quanto o do restante da família – há uma assinatura no que foi praticado. Significa dizer que as mortes seguem um padrão: envenenamento por terbufós, um pesticida altamente letal que causa efeitos mais graves no organismo do que o conhecido chumbinho.

Antônio Nunes é perito-geral do IML
Para o IML não há mais dúvidas de que houve envenenamento e que ele ocorreu dentro da casa onde vivia a família. “Comprovamos que não entrou alimento envenenado. Todos os alimentos que foram doados deram negativo para substância tóxica. Não entrou alimento envenenado naquela casa. De fato, então, tínhamos que encontrar alguma coisa dentro da casa. Vamos fazer exames, fazer todos estes testes de novo, inclusive outros testes nos próprios cajus que os meninos [Ulisses e Miguel] comeram”, afirma Antônio Nunes.

Questionado sobre a possibilidade de indiciamento de Francisco de Assis pelo envenenamento da família, o perito-geral do Piauí afirma que ainda é prematuro para afirmar isto, mas que a polícia está colhendo um lastro probatório que aponta para indícios de autoria do crime por parte do padrasto.

Francisco, segundo a polícia, fingiu ter ingerido a comida que a família comeu no dia em que foram envenenados. Ele deu entrada no hospital sinalizando sintomas semelhantes aos demais parentes, mas foi o primeiro a receber alta. A polícia não encontrou em seu organismo indícios de intoxicação. Ele mantinha uma caixa com alimentos separados dentro de casa para evitar comer a mesma comida do restante da família.

IML fala em pedir exame psiquiátrico de Francisco

Ao todo, 11 pessoas da mesma família foram envenenadas em menos de seis meses. Cinco morreram: João Miguel e Ulisses, de sete e oito anos, morreram no ano passado. No começo deste ano, morreram Manoel Leandro, tio dos meninos, a mãe deles, Francisca Maria, e dois irmãos: Igno Davi e Luane.

Em todos os laudos produzidos pelo IML após a morte consta a presença do veneno terbufós. As vítimas também apresentaram sintomas de envenenamento semelhantes. Quando questionado sobre a motivação para o crime, o perito-geral do IML, Antônio Nunes, disse ainda ser prematuro para afirmar em uma possível psicopatia por parte do autor das mortes.

No entanto, o IML fala em pedir um exame psiquiátrico-forense de Francisco de Assis Pereira, em sendo comprovada seu envolvimento nas mortes. “Se comprovado que todas as mortes foram pela mesma pessoa, temos que fazer um exame psiquiátrico-forense para confirmar se há isso ou não [traços de psicopatia], mas isso ainda é prematuro dizer, porque ainda temos os outros testes para fazer nas outras vítimas, confirmar se em todas elas foram o mesmo veneno. Pelos sinais sintomas tudo indica que sim”, finaliza Antônio Nunes.

Fonte: portalodia

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