29 de set. de 2024

Estudo revela contaminação por agrotóxicos no delta do Parnaíba

Foto: Marieta Rios/Especial para O POVO
Sob a coordenação do professor Rivelino Cavalcante, uma pesquisa conduzida pelo Instituto de Ciências do Mar (Labomar), da Universidade Federal do Ceará (UFC), demonstra a presença de uma “complexa rede de poluição química” na área, resultado da falta de um gerenciamento eficaz de resíduos sólidos e líquidos. Com isso, há evidências sobre a contaminação de águas, peixes e mariscos no Delta do Parnaíba. O delta abrange municípios do Ceará, Maranhão e Piauí, incluindo Chaval, Barroquinha, Tutóia e Parnaíba.

Na publicação na edição de agosto do Journal of Environmental Management, o professor ressalta a gravidade do problema de resíduos no Brasil, apontando que medicamentos e outras substâncias podem ser absorvidos pelos organismos que habitam esses ecossistemas. A pesquisa destaca a presença de níveis alarmantes de pesticidas em peixes e moluscos, substâncias comumente usadas no controle de pragas agrícolas.

Essa contaminação, segundo o estudo, representa uma ameaça à saúde humana, uma vez que esses pesticidas se acumulam nos organismos, não sendo metabolizados. “Assim, se tornam um problema para organismos não alvos, como o homem, uma vez que há evidências de causarem danos neurológicos e cognitivos graves em longas exposições”, explicou.

Além de trazer à tona a urgência do controle de resíduos, o trabalho do Labomar serve como base para estudos futuros sobre os impactos ambientais na região. Entre as próximas etapas, o professor mencionou uma pesquisa focada nos caranguejos que vivem na área do delta até o Rio Grande do Norte, buscando entender como esses animais estão sendo afetados pelas atividades humanas.

Anteriormente, no início do ano, o Labomar já havia divulgado dados sobre a poluição das águas dos rios Ceará e Cocó, na Região Metropolitana de Fortaleza. A contaminação foi atribuída ao uso intensivo de pesticidas urbanos, aplicados no combate a pragas e vetores como o mosquito Aedes aegypti, que transmite doenças como dengue, zika e chikungunya.

Amostras de água e sedimentos coletadas no rio Ceará revelaram a presença de substâncias tóxicas em níveis comparáveis aos de áreas agrícolas. Dessa forma, a risco a saúde dos ecossistemas locais e das pessoas que dependem deles é colocada em risco.

 Janaína Sousa '| anoticiadoceara.com.br

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