Nesta terça-feira (25), a Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) aprovou por 13 votos favoráveis e 3 abstenções o requerimento apresentado pelo deputado Henrique Pires (MDB), que propõe um voto de repúdio à criação de um programa de formação para o uso da linguagem neutra entre estudantes e gestores.
Henrique Pires argumenta que a adoção de uma linguagem não binária, substituindo pronomes masculinos e femininos por termos como “todes” em vez de “todos/as” e “menine” em vez de “menino/a”, poderia afetar negativamente a aprendizagem de crianças disléxicas e prejudicar a comunicação de pessoas com deficiências auditivas ou visuais. Ele ressalta que, de acordo com sua perspectiva, mudanças legislativas nesse tema são de competência exclusiva do Congresso Nacional.
Henrique Pires propôs uma nota de repúdio à criação de um programa de formação para o uso da linguagem neutra
O requerimento de Pires foi motivado pela aprovação de propostas durante a 4ª Conferência Nacional de Cultura, que incluíram a criação de um Programa Nacional de Formação Continuada, sob responsabilidade do poder público, com o objetivo de promover o uso da linguagem neutra. Essa medida está inserida no eixo temático “Diversidade Cultural e Transversalidades de Gênero, Raça e Acessibilidade na Política Cultural”.
O requerimento agora segue para análise das comissões técnicas da Alepi, onde será discutido em detalhes antes de qualquer decisão final ser tomada.
O que é a linguagem neutra?
A linguagem neutra, também conhecida como linguagem não binária, é uma forma de comunicação que busca evitar o uso de pronomes e termos que tradicionalmente implicam distinção de gênero. O objetivo é promover uma linguagem mais inclusiva, que não privilegie nem exclua pessoas com base em sua identidade de gênero, contribuindo para uma sociedade mais igualitária e respeitosa da diversidade de gênero.(Emelly Alves)
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