12 de mai. de 2023

“Toda vez que morre um jornalista, o povo perde”

Homenagem de Pedro Alcântara para Kenard Kruel

Toda vez que morre um jornalista, o povo perde um pouco de sua voz. E quando essa passagem alcança um profissional da estirpe de Kenard Kruel pior ainda.

Com Kenard na presidência do Sindicato dos Jornalistas do Piauí tive a honra de ser um dos diretores. Dono de um texto enxuto escrevia porque gostava.

E gostava tanto que foi além, assim como tantos outros também era escritor. Ajudou fundar e presidiu a UBES/PI (União Brasileira dos Escritores/PI). Um dia me procurou, queria escrever a biografia de Lucídio Portela.

Já tinha escrito e de Genu Moraes e Djalma Veloso. Disse-lhe, que não era eu a pessoa mais indicada para convencer o ex-governador. Sugeri Guilherme Melo. Penso que não deu certo, pois esse livro não saiu da ideia.

Quando me candidatei para presidente do Clube do Repórter, ele foi um dos primeiros a me apoiar. Guardo de Kenard Kruel a mais viva lembrança de um presidente combativo, guerreiro e intransigente na defesa da categoria e fazia isso de forma coletiva e individual.

Graduado em Direito, não se empolgou. Também enveredou pelo ramo empresarial, mas a sua grande paixão era mesmo o jornalismo.

Nasceu para isso. Jornalista do batente, de redação não agredia o vernáculo. Aliás, certa feita, expôs a mim, sua preocupação com as futuras gerações que hoje se espelham na internet trocando o “você” por “tu” e abreviando palavras sem sentido, tornando às vezes  as frases sem nexo.

Kenard nos deixa  no limiar da terceira idade. Um jovem adulto os 63 anos. Sua obra e sua historia jamais serão esquecidas e ficarão para os posteres, principalmente os jovens iniciantes que nunca viram um linotipo se espelharem. Descanse em paz.(OitoMeia)

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