Ao contrário do que publicamente fingem parecer, não são boas as relações entre o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, e o governador, Rafael Fonteles. Os fatos narrados parecem surreais, frutos da imaginação de um autor de novela, mas a relação entre os dois já estaria inquietando até a dirigentes do PT nacional.
Wellington Dias ainda hoje não consegue digerir a equipe de governo formada predominantemente por colegas de colégio do governador, os chamados “gênios do Dom Barreto”, que ocupam os principais cargos do governo. E Rafael, do seu lado, não teria engolido a indicação do senador para o ministério de Lula.
Para o ministro, Rafael montou uma equipe deixando o PT em segundo plano, ocupando cargos sem muita importância. Porque os amigos de colégio do governador estão nas principais secretarias e órgãos da administração indireta, enquanto petistas e aliados de outros partidos apenas compõem o cenário.
Chama a atenção a viagem do governador à Europa. Nenhum petista histórico na comitiva. E, dizem, Wellington teria sabido pela mídia.
Rafael, pelo que se comenta, não teria gostado da nomeação de Wellington para o ministério depois que ele quase foi derrotado na disputa do Senado pelo ex-prefeito Joel Rodrigues. O governador ostenta os 300 mil votos que teve de maioria sobre Silvio Mendes, enquanto Dias por pouco não foi derrotado.
A sinceridade de Rafael
Fatos do cotidiano do governo estadual tem irritado o ministro. Um deles: Rafael não foi e não mandou ninguém do governo a um evento em que o ministro entregava tratores.
Wellington Dias não gostou em nada do tratamento que Rafael dispensou a Rejane, sua esposa, quando, em janeiro, ela foi tratar com o governador no Palácio de Karnak, da sua (dela) nomeação para o TCE.
Muito formal, Rafael recusou-se a receber (pelo menos para cumprimentos) dois prefeitos do interior que acompanhavam Rejane. Ela insistiu para que o governador os recebesse e Rafael, secamente, teria dito que ela o estaria constrangendo.
Os dois prefeitos não votaram em Rafael, mas ela disse: “eles votaram em mim e em Wellington”. O governador, depois de muita insistência, os recebeu e, quando um deles queria marcar um novo encontro, Rafael foi despachado: “vamos marcar para 2025”.
Episódio parecido também é contado como tendo acontecido em São Miguel do Tapuio. Cumprimentado pelo ex-prefeito de Pimenteiras, Venício do Ó, o governador também foi muito formal, distante e despachado, quando Venício perguntou quando ele e outros correligionários poderiam conversar com o governador: “vamos marcar para depois de 2025. Até lá, estarei com os que na sua região votaram em mim”, pontuou Rafael.
Essa aparente grosseria (ou sinceridade) do governador tem irritado o ministro porque Rafael estaria hostilizando seus eleitores que são na maioria petistas.
Falando por Wellington
Na semana passada o deputado federal Merlong Solano parecia estar dando recado de Wellington Dias, quando disse que Rafael só quer saber de deputados estaduais. Merlong se queixa que o governador não tem dado espaço para os federais.
Mas quem faz questão de fazer a devida separação é o próprio governador.
Num sábado, reunido com deputados estaduais Rafael foi direto:
”Ninguém me traga político que não votou e mim, pois não o recebo. Eu não sou Wellington Dias. Aliás, eu não recebo nem quem votou em mim”, e prosseguiu:
“Antigamente o cabra votava contra e no dia seguinte já estava do lado do governador. Eu sou diferente do Wellington”.
Para Rafael conversa com os adversários só após as eleições municipais. “No momento só recebo quem não votou em mim, institucionalmente”, avisa.
Enquanto isso, tem petistas fazendo a ponte aérea Teresina/Brasília/Teresina para tentar apagar o fogo que começa a queimar as relações do ministro com o governador.
Fonte: Portal AZ
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