Nicolau de Rezende foi um grande navegador português, da época das grandes navegações.
Certo dia, por volta de 1571 ou 1640, navegava em sua caravela pelas águas que hoje pertencem ao litoral piauiense, quando, vendo-se perseguido por piratas, adentrou a foz do Rio Parnaíba, percorrendo o que hoje é conhecido como Delta do Parnaíba.
A caravela era uma espécie de navio de grande porte feito para viagens intercontinentais, durante as grandes navegações, e, ao adentrar naquelas águas fluviais roçou seu casco no fundo do rio, vindo a naufragar.
O navio, abarrotado de ouro, foi rapidamente por água abaixo e todo o tesouro foi parar no fundo das águas do rio, ali mesmo na região do Delta.
Nicolau de Rezende foi resgatado do naufrágio e dos piratas pelos índios tremembés que habitavam a região.
Ao que dizem, por 16 anos tentou resgatar seu tesouro, sem sucesso, até porque na época não haviam equipamentos de mergulho como hoje em dia.
A sua perda só foi compensada perante a coroa portuguesa, ao que dizem, por ter descoberto o delta do Parnaíba, lugar de imensa beleza natural, que relativizou a perda da fortuna naufragada.
Em suas anotações ao rei, registrava a beleza de “um grande rio que forma um arquipélago verdejante ao desembocar no atlântico”.
Nicolau de Rezende, navegante que naufragou no Delta do Parnaíba
Os anos passaram e se tornaram séculos, e, ao que dizem, o tesouro de Rezende ainda está por ali, no leito do rio.
Muitos já procuraram por ele, mas nunca o encontraram. O tempo deve ter ocultado o mesmo nas terras do leito do rio.
Isso deve ser verdade mesmo, pois a sabedoria milenar do povo piauiense dá conta de que quando um tesouro passa muito tempo oculto, acaba se tornando encantado.
Dizem que até mesmo espíritos dos piratas andam por ali guardando o tesouro e quem quiser encontrá-lo, terá de encarar todas essas assombrações do outro mundo, que no além se tornaram guardiões do tesouro.
FONTE:
https://www.jornaldaparnaiba.com/2013/09/nicolau-de-resende-foi-o-primeiro.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Parnaíba
TEXTO: JOSÉ GIL BARBOSA TERCEIRO
ILUSTRAÇÃO: DOUGLAS VIANA
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