Há, mais ou menos, 50 anos, dei início ao meu labor literário, com publicações poéticas e depois em prosa no jornal Folha do Litoral, pelas mãos generosas do meu amigo jornalista Bernardo Silva. Em seguida, fundei o Batalha do Estudante, quando estava no Ginásio Estadual Lima Rebelo. Por volta de 1977, fui para Teresina, onde fundei o Cobaia, e passei a trabalhar, profissionalmente, como revisor nos jornais O Estado, do Helder Feitosa, O Dia, do Coronel Miranda, neste sendo redator e repórter, Correio do Piauí, do Genésio Araújo, e Jornal da Manhã, onde fui editor chefe, dos irmãos Tajra (José e Jesus).
Ainda em Parnaíba, montei o livro de poemas Em Três Tempos – Kenard Kruel, Paulo Couto e Elmar Carvalho, mimeografado, com capa feita na extinta Comepi, em Teresina, pela bondade do artista gráfico Vilson. E não parei mais. Entre poemas, biografias, críticas literárias. fortunas críticas, jurídicos e outros, já se vão quase 40 livros no currículo. Fora os dos amigos e das amigas que editei pela Zodíaco, que fundei em 1987. O cartunista pernambucano Carlos Araújo chamou isto de Mar de Livros, tendo feito, inclusive, esta belíssima obra de arte homenageando o hoje famoso escritor Kenard Kruel.
Porém, neste momento, confesso que há muito nutro a vontade de parar, e de remar em outra maré mais favorável. Há 12 anos eu me auto exilei no Bairro São José, em Tutoia MA, onde Deus faz a morada, com este propósito. Comecei a pescar, tendo comprado até um barco grandão, para tanto, e a agricultar, fazendo horta, preservando as árvores e plantas nativas e semeando novas – frutíferas, ornamentais e medicinais. Idealizei a Pousada Kruel, e passei a ter a vida que eu pensei que teria.
Com a pandemia e, principalmente, com a doença que se abateu sobre mim – um câncer na laringe, para não deixar a peteca cair, cai, de novo e novamente, nos braços da literatura. Foi quando percebi, com mais clareza, o quanto se bate em ferro frio. Escrever é fácil, pelo menos para mim, homem de muitas leituras e que gosta de conversar com os troncos velhos, com quem aprendemos muitas coisas. O difícil é publicar e, mais ainda, vender. O mundo caminha, cada vez mais, para as redes sociais, onde parece não existir as teclas de escrever e sim os sinais, de todos os tipos e gostos, que as pessoas nos enviam. Fico feliz quando o Face me diz que há um comentário no que escrevi. Logo a tristeza bate ao ver um tal de Emoji. Um dedão me mandando ir à puta que pariu, só pode… Estes, pelos menos ainda se manifestam. Outros, nem…
Desta forma, estou seriamente pensando em pendurar as pretinhas de vez. Voltar a ser o velho pescador e agricultor, apenas. Com pena, mas é isto que penso fazer. Com fé, esperança e amor.
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