A campanha do presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (24) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve 154.085 inserções de rádio a mais do que o candidato do PL entre os dias 7 e 21 de outubro. De acordo com o ministro das Comunicações, Fábio Faria, uma auditoria detectou a distorção e uma denúncia foi protocolada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O número representaria 18,24% a menos.
Cada inserção que não foi divulgada tem 30 segundos de duração. Segundo a campanha de Bolsonaro, os materiais que deixaram de ser veiculadas correspondem a 1.283 horas de conteúdos não exibidos. De acordo com a equipe do chefe do Executivo, o Nordeste foi a região com o maior percentual de inserções não divulgadas: 29.160.
"Nós estamos sendo cerceados e agora o TSE vai investigar para saber porque as rádios fizeram isso, para saber de que forma foi feito isso. Isso é uma grave violação do sistema eleitoral", afirmou ministro.
No documento enviado ao TSE, os advogados do presidente apresentam um relatório produzido por uma empresa de clipping, na qual são apontadas as supostas irregularidades. "Para se ter uma simples compreensão da magnitude dos achados de fraude eleitoral, ora descortinada, em um pequeno espaço amostral de tempo de 7 dias (7 a 14 de outubro), apenas na região Nordeste do Brasil, revelou-se a veiculação de precisamente 12.084 (doze mil e oitenta e quatro) inserções de 30 segundos a maior para a campanha de Lula", destaca o trecho.
O texto afirma que a situação mais grave seria na Bahia. "Em nova ilustração da enorme desproporção, considerando-se o dado bruto de 7.000 inserções: 3.500 (três mil e quinhentos) minutos, ou seja, 58h e 20min a mais de exposição nas rádios baianas", completa o texto.
"Se a gente olhar todas as rádios, elas estão dando mais inserções de um lado. Tem rádios na Bahia que, a cada quatro inserções, três eram do PT e uma era do presidente Bolsonaro”, comentou Faria.
“Queremos apenas uma coisa: o mesmo direito e o mesmo tratamento. São todos os dias tendo que desmentir notícias falsas e, agora, sem conseguir chegar nas rádios. E todos nós sabemos que povo do Nordeste escuta mais rádio”, acrescentou.
Chefe de comunicação da campanha de Bolsonaro, Fabio Wajngarten disse que a falta de publicação das inserções do presidente é um caso grave e que isso pode interferir no resultado das eleições.
“Fomos censurados em transmitir a nossa mensagem. Todas as inserções não divulgadas correspondem a 53 dias de programação ininterrupta de um único veículo. Esse é o tamanho da desigualdade que a campanha do presidente vem sofrendo no segundo turno”, frisou.
De acordo com ele, a equipe de Bolsonaro vai averiguar se também houve alguma distorção antes do primeiro turno. “A nossa equipe de operação de mídia vai continuar trabalhando nos próximos dias para computar desde o primeiro turno, desde o primeiro momento do horário eleitoral gratuito como se comportou rádio a rádio no Brasil. Vamos auditar 100% do que as rádios e veículos de comunicação deveriam ter veiculado.”
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