21 de ago. de 2022

Belezas do Delta: Fotojornalista André Pessoa registra a revoada dos guarás


 

Espetáculo a céu aberto e de puro encanto - André Pessoa


O fotojornalista André Pessoa fez o belo registro de centenas de indivíduos da espécie guará-vermelha (Eudocimus ruber) em um voo coletivo exuberante no Delta do Parnaíba. O espetáculo natural é um exemplo de turismo de experiência da região.


André pegou vários momentos dos guarás - André Pessoa

O registro foi feito na primeira semana do mês de agosto e impressionou o especialista em fotos de natureza. "Registrei, certamente, centenas, talvez milhares de Guarás no mesmo lugar, um espetáculo impressionante", conta André Pessoa.


Belas imagens captadas por André Pessoa

Passeio

Além disso, André percebe o aumento da procura pelo passeio.

"Registrei mais de 40 embarcações com turistas do mundo inteiro, uma prova inconteste de que a preservação da natureza traz frutos ambientais, econômicos e sociais. Fico imaginando como a presença desses animais no Delta ajudou a incrementar o turismo e consequentemente todos os benefícios que isso acarreta", explica.

Joca Vidal, operador turístico, confirma o discurso de André. "Os guarás desde que começaram a ser vistos como um atrativo turístico no Delta deram um incremento muito grande ao nosso turismo. Fui um dos primeiros a fazer essa avistagem, isso em nos anos 2000, e de lá para cá só vem crescendo. Tanto a população dos guarás, como a busca pelo passeio. Hoje esse é o passeio mais procurado. É lindo, um verdadeiro balé", avalia.

A cor grená do guará, fundamental para o contraste com o céu, promovendo um encantamento estético, tem uma explicação bem interessante, como explica o Prof. Dr. Anderson Guzzi, da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar).

"O guará é uma ave pelecaniforme, da família Threskiornithidae. De maneira geral, é uma ave que se alimenta de invertebrados, como crustáceos. Por isso a coloração dela, que vem da alimentação. Parece que ele está aceso quando está no sol. São aves pernaltas com o bico bem cumprido, que enfia na lama, sente os invertebrados e conseguem pinçá-los. O guará consegue abrir e fechar só a ponta do bico lá embaixo", explica.

Fim de tarde



Entre o nascer e o por do sol, mas um belo espetáculo - André Pessoatáculo a céu aberto e de puro encanto - André Pessoa

Os guarás dormem em "dormitórios" gigantescos. "Todos se reúnem no final da tarde, com um comportamento gregário com grandes bandos. Isso é para garantir a segurança. E os guarás se reúnem tanto para dormir, como para a reprodução. Aqui no Delta, em específico, ocorre em razão do ambiente de mangue", acrescenta o professor.

Eles chegam ao final da tarde, mas durante o dia eles se dividem em bandos menores, onde uma parte segue para Cajueiro da Praia, na divisa com o Ceará, e outra vai para o estuário do Rio Camurupim e Cardoso, próximo ao Macapá. Outra parte, com cerca de 50 bandos, fica no Delta, durante a maré baixa", revela Guzzi.

 

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