12 de ago. de 2022

A luz no QG da campanha de Lula passou de amarela a vermelha


A última superlua do ano e a chuva de meteoros Perseidas não trouxeram bons presságios para Lula e sua campanha à presidência. Na madrugada desta sexta-feira de poucas nuvens no céu de Brasília, os insones ficaram sabendo que Bolsonaro reduziu à metade a vantagem que Lula tinha sobre ele em Minas Gerais.

Terceiro maior colégio eleitoral do país, de 1989 para cá nenhum presidente se elegeu sem vencer em Minas. Há um mês, segundo a pesquisa Genial-Quaest, Lula estava com uma folga de 18 pontos percentuais (46% a 28%). Agora, a diferença caiu para 9 pontos (42% a 33%). Zema, em que estrela te escondes a essa altura?

Recusou o apoio de Bolsonaro por julgar que isso lhe roubaria votos. Seu principal adversário é Alexandre Kalil (PSD), ex-prefeito de Belo Horizonte, apoiado por Lula. O candidato de Bolsonaro ao governo permanece bem atrás. E agora, Zema?

E agora, Lula? Vai fazer o quê? Na simulação de segundo turno, a diferença entre ele e Bolsonaro também caiu pela metade em Minas. Em julho, era de 25 pontos percentuais. Agora, de 12. Entre os eleitores que recebem até dois salários mínimos por mês, Bolsonaro subiu de 16% para 23%, e Lula caiu de 59% para 51%.

Bolsonaro teve um salto entre quem ganha acima de cinco salários: pulou de 38% para 50% enquanto Lula oscilou de 34% para 31%. Entre as mulheres, a distância caiu de 28 pontos em julho para 18. Entre os homens, Bolsonaro passou Lula dentro da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos para mais ou menos.

Entre os evangélicos, Bolsonaro cresceu nove pontos (39% para 48%) e Lula oscilou de 36% para 30%. No eleitorado católico, Lula variou de 50% para 46%, e Bolsonaro de 24% para 29%. Melhorou a avaliação negativa do governo Bolsonaro em Minas. Um mês atrás era de 46%. Hoje é de 39%, com tendência de queda..

Para desdita de Lula, some-se o que aconteceu em Minas com o que também foi registrado por pesquisa Genial-Quaest aplicada em São Paulo, e divulgada 12 horas antes do aparecimento da superlua. Ali, bolsonaristas que se diziam arrependidos de ter votado em Bolsonaro começam a se reconciliar com ele.

É a volta do eleitor perdido. O que explica o fenômeno paulista? O que ajuda a explicar o fenômeno mineiro? Segundo Felipe Nunes, diretor da Quaest, três coisas: 1) o conjunto de ações do governo na economia; 2) o fortalecimento do antipetismo; e 3) as investidas da campanha bolsonarista junto ao eleitorado evangélico.

Em São Paulo, Bolsonaro saltou de 32% em julho para 35% em agosto. Lula manteve-se em 37%, o que configura empate técnico. Enquanto Lula permanece no mesmo patamar desde março último, quando pontuou 39%, Bolsonaro está em ascensão, vindo de 25%, no mesmo período; cresceu 10 pontos em cinco meses.

A eleição presidencial será muito mais apertada do que os números sugeriam até o mês passado. Bolsonaro se verá tentado a dar o golpe se perder por uma margem pequena de votos.

Fonte: Metrópoles

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