17 de jul. de 2022

Lendas parnaibanas: a lenda da carnaúba intriga piauienses até os dias de hoje

 Em uma região muito fecunda e bonançosa – conta uma lenda indígena – habitava uma tribo feliz e próspera, em tempos em que a memória não guardou.

Um dia, uma seca terrível assolou o País lendário.  Luas e luas e os habitantes aguardaram as chuvas.  Mas o flagelo persistiu.  E a tribo, outrora feliz, viu seus filhos morrerem um após outro.  Uma família apenas sobreviveu à catástrofe: um casal e um filho.  E, ante a ruína do seu povo, os três partiram em busca de outras terras.

Seis dias e seis noites viajaram os retirantes.  No sétimo dia, sob um sol escaldante, avistaram na chapada uma palmeira perdida no deserto.  Abrigaram-se à sua sombra para uns momentos de repouso.  Vencidos pelo cansaço, os pais adormeceram, enquanto o jovem índio, desperto, implorou as graças de Tupã.


Nesse momento, no alto da palmeira, entre sua folhagem, surgiu uma mulher, morena e bela. 

― Meu nome é Carnaúba, disse ela.  Como a tua, a minha tribo foi destruída pela seca.  Quando morri, Tupã, apiedado, transformou-me nesta palmeira, para que protegesse nossos irmãos de raça.  Toma de teu machado e me corta! Do meu estipe tirarás o palmito, e terá alimento. Com minha palha, construirás teu abrigo; da minha cera farás velas e terá paz.  O meu fruto plantará e outras palmeiras surgirão para o teu povo.

Assim fez o jovem índio.  Em alguns anos, o deserto transmudou num palmeiral farfalhante.  A família transformou-se em "Clã".  A vida voltou a ser feliz.  E o jovem índio, agora envelhecido, partiu para levar, às outras tribos, sementes da palmeira de Tupã, que passou a chamar-se a "ÁRVORE DA VIDA".

Por: Opinião Parnaíba

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