Após a divulgação dos valores recebidos pelos parlamentares do Piauí pelo "orçamento secreto", o deputado Átila Lira (PP), mostrou um certo descontentamento por não ter sido contemplado com o mesmo valor em emendas recebido, por exemplo, por Margarete Coelho (PP), que é do mesmo partido e base dele. "Ela (Margarte Coelho) recebeu mais porque o partido destinou mais para ela em detrimento, por exemplo, do meu apoio, da Iracema [Portella], ela recebeu mais. Isso tudo causa uma certa polêmica. O deputado Fábio Abreu recebeu uma fração menor". Coelho recebeu quase R$ 49 milhões enquanto Átila Lira R$ 25 milhões.
Os parlamentares do Pìauí contemplados com os recursos são todos ligados ao presidente Jair Bolsonaro de alguma forma. Quanto mais próximo e votando a favor dos interesses do governo, maior o valor repassado das emendas de relator, que são liberadas pelo governo, uma vez que são impositivas, ou seja, a execução não é obrigatória. No caso de Margarete Coelho, além de ser da base de Bolsonaro, é muito próxima ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP).
Já nomes, como, o de Júlio César e Fábio Abreu, que também receberam recursos extras, estão na relação por serem de partidos que são da base de Bolsonaro. Fábio Abreu é ex-PL, partido do presidente, e Júlio César é da bancada do Agronegócio, ligada a Bolsonaro.
Conclusão: em ano eleitoral, as emendas compõem o melhor capital político de um parlamentar que busca a reeleição.
Por Rany Veloso
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