Um peixe-leão, espécie invasora e venenosa, foi encontrado por um pescador na manhã desta quinta-feira (28), na praia de Barra Grande, município de Cajueiro da Praia, no litoral do Piauí. Com alta capacidade de reprodução, o peixe é agressivo e coloca diversas espécies nativas em risco.
Em um vídeo, o pescador relata que por volta das 10 horas da manhã, foi fazer um mergulho para pegar peixes e fazer imagens, quando encontrou a espécie. O peixe-leão já foi capturado no litoral do Ceará e do Piauí, inclusive nas unidades de conservação do Parque Nacional de Jericoacoara e do Delta do Parnaíba.
“Quero avisar aqui para vocês que ele já está aqui na Barra Grande. Muito cuidado com esse rapazinho aqui. Muito cuidado. Banhistas, galera que mergulha naqueles corais. A gente que mergulha a gente vê logo eles. Mas cada peninha dessa aqui é um esporão”, disse o pescador no registro.
O Meionorte.com procurou a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (Semar), que informou que já está monitorando o caso, em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), além de outras instituições.
“Existe um grupo do Piauí e Ceará que está monitorando os casos, pois existe registro de ocorrências em Luís Correia ao município de Itarema, no Ceará. Se formou esse grupo para acompanhar essa situação, acompanhar esse bicho e fazer estudos para saber se ele está se reproduzindo, quais os impactos”, disse o biólogo Pedro Carneiro, da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar).
Primeiro acidente com o peixe
O primeiro acidente envolvendo a espécie no Brasil foi registrado no interior do Ceará na última semana. O pescador Francisco Mauro da Costa Albuquerque, de 24 anos, pisou no animal e sofreu dores, convulsões e duas paradas cardíacas. O acidente aconteceu na praia de Bitupitá, em Barroquinha, a 388 km da capital Fortaleza. O pescador ficou seis dias internado e recebeu alta.
No último mês de março, uma expedição inédita coordenada pelo Laboratório de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará descobriu a espécie em águas rasas do Nordeste.
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