Após 6 meses de queda na taxa de ocupação de leitos de UTI para pacientes com Covid-19, o Piauí voltou a entrar na zona de alerta. A informação consta em Nota Técnica divulgada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quinta-feira (13).
O documento apresenta um novo crescimento nas taxas de ocupação de leitos de UTI no país e fez um comparativo dos números de internações obtidos no último dia 10 de janeiro deste ano aos registrados no dia 2 de agosto do ano passado. A partir de meados de julho de 2021 foi observado o arrefecimento de um cenário crítico da pandemia por Covid-19 que, entre março e junho, combinou o colapso do sistema de saúde com elevadas taxas de incidência e número de óbitos pela doença.
Segundo a Fiocruz, a publicação da Nota visa expor o alerta colocado por um novo crescimento nas taxas de ocupação de leitos de UTI face a ampla e rápida proliferação da variante Ômicron no país, ao mesmo tempo em que cresce a especulação sobre um possível colapso no sistema de saúde.
"O cenário, neste momento, é incomparável àquele vivido em 2021, embora o grande volume de casos já esteja demandando, pelos gestores, atenção e acionamento de planos de contingência. Porém, não é possível deixar de considerar o fato de que a ocupação de leitos de UTI, hoje, também reflete o uso de serviços complexos requeridos por casos da variante Delta e de influenza", diz a Nota.
Segundo o levantamento da Fiocruz, o estado de Pernambuco (82%) está na zona de alerta crítico; e Pará (71%), Tocantins (61%), Piauí (66%), Ceará (68%), Bahia (63%), Espírito Santo (71%), Goiás (67%) e o Distrito Federal (74%) na zona de alerta intermediário.
Entre as capitais, Fortaleza (88%), Recife (80%), Belo Horizonte (84%) e Goiânia (94%) figuram na zona de alerta crítico; e Porto Velho (76%), Macapá (60%), Maceió (68%), Salvador (68%), Vitória (77%) e Brasília (74%) na zona de alerta intermediário.
Redução de leitos
A Fiocruz observa que "o patamar de número de leitos é outro e o número de internações em UTI hoje ainda é predominantemente muito menor do que aquele observado em 2 de agosto, quando, já no quadro de arrefecimento da pandemia, leitos começavam a ser retirados".
No Piauí, por exemplo, em meados de 2021, havia 258 leitos e 127 pacientes internados (taxa de ocupação de 49%). Já no dia 10 de janeiro deste ano, embora a taxa de ocupação estivesse em 66%, havia apenas 133 leitos (quase a metade do disponibilizado em 2021) e 88 pacientes internados.
"O momento requer atenção cuidadosa dos gestores sobre a necessidade de reabertura de leitos de UTI Covid-19. Não é possível ignorar que o perfil das internações geradas pela infecção com a variante Ômicron será provavelmente muito diferente daquele registrado para as demais. No mais, tão importante quanto estar atento à necessidade de reabertura de leitos é reorganizar a rede de serviços de saúde no sentido de dar conta dos desfalques de profissionais afastados por contrair a infecção, garantir a atuação eficiente da atenção primária em saúde no atendimento a pacientes, empregando, por exemplo, teleatendimento, e prosseguir na vacinação da população".
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