Nem todo mundo programa o que fazer com os animais domésticos nas férias e por isso os casos de abandono dos bichos chegam a aumentar em até 200% na época de fim de ano. Os viajantes cuidam de todos os detalhes da viagem, mas terminam esquecendo dos pets, o que registra um aumento do abandono nas férias de verão e uma superlotação no trabalho de ONGs. A cada ano, a procura só aumenta. Como consequência, falta espaço para abrigar tantos animais. Há casos em que a família deixa os bichos trancados em casa, com água e comida, mas sem assistência. Em outros momentos, alguns simplesmente desistem dos animais. Pensando em mudar essa realidade, o jornalista e apresentador Celso Zucatelli lançou uma campanha para estimular a adoção de quem não sabe o que fazer com cães e gatos no período de férias. Ele quer evitar que os casos de abandono se multipliquem. “Famílias que vão viajar de férias e não têm com quem deixar seus animais simplesmente os soltam na rua, ou até abandonam dentro das próprias casas, deixam um pouco de comida, de água, e acham que o animal vai sobreviver durante duas, três semanas. Muitos até fogem no dia 31 com medo dos fogos”, recordou.
O jornalista também relata casos nos quais o tutor optou por ter o animal no período de home office e, ao voltar para o trabalho presencial, desistiu da tutela. “Não pode abandonar animal, a gente não pode fazer isso, isso é crime, só que a gente precisa divulgar, chamar a atenção das pessoas. O animalzinho não merece isso”, afirmou. O trabalho de Zucatelli é voluntário e funciona por meio do app Pet Ponto, uma espécie de aplicativo de paquera gratuito nas lojas virtuais. Os futuros tutores podem olhar as opções e, caso gostem, podem “dar match”. São pelo menos dois mil animais entre cães e gatos na plataforma. O abandono de animais é crime previsto em lei federal. Em 2021, a legislação foi atualizada e aumentou para até cinco anos de detenção a pena para quem maltratar cães e gatos. Também houve mudança no rito processual, que deixou de ser do juizado especial e passou para a vara criminal. “Essa inovação na legislação foi muito importante para garantir emendas mais duras para coibir esse tipo de crimes contra os animais. Agora, quem praticar atos de abusos, maus tratos, ferir ou mutilar os animais silvestres ou domesticados, recebe a pena de detenção de três meses a um ano e multa. E quando se tratar de cão e gato, a pena para essas condutas será de reclusão de dois a cinco anos, multa e proibição de ter esses animais sobre a sua guarda”, explica o advogado Renato Araújo.
*Com informações da repórter Francy Rodrigues
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