A natureza tem o poder de atrair atenções e olhares curiosos desde que o mundo é mundo. Com uma câmera na mão e uma ideia na cabeça, como diria o baiano Glauber Rocha, um médico piauiense resolveu ir a fundo na ideia de praticar fotografia e observar aves, e a brincadeira está virando uma coisa séria.
Furriel. Fonte: Alexandre Adad Alencar.
Com uma carreira consolidada como cardiologista e hemodinamicista, o médico piauiense Alexandre Adad resolveu “caçar” passarinho com uma arma diferente. De posse de uma câmera fotográfica moderna, Adad usa parte dos seus finais de semana buscando matas nos arredores de Teresina com a ideia de perseguir e capturar imagens das aves da nossa região, e expõe seus feitos nas redes sociais.
Pica pau de topete vermelho. Fonte: Alexandre Adad Alencar.
Só que o que começou como curiosidade domingueira causou uma inquietação: fotografar as aves e identificá-las. A busca pela identificação revelou coisas bastante interessantes. De repente, após consultar bibliografias e sites especializados, Adad começou a descobrir que algumas das aves das suas lentes tem uma distribuição para muito além das florestas estacionais deciduais de Teresina.
Choca-da-mata. Fonte: Alexandre Adad Alencar.
“Aqui tem espécies que são mapeadas para Amazônia, como o “bem-te-vi rajado” me falou quando comentei que deveria postar suas fotos também no WikiAves, um site especializado em registro de aves do Brasil. A bem da verdade muitas das aves que só tem registro para Amazônia ou para o sudeste do Brasil não tem por aqui pela simples falta de pesquisadores e outros curiosos, como Alexandre Adad. Apesar do Piauí ter expoentes da pesquisa da Avifauna do Brasil, como o biólogo Anderson Guzzi e os alunos que vem formando no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, o PRODEMA, da UFPI, é muita diversidade para pouca gente dar conta de tanta beleza.
Ferreirinho-estriado. Fonte: Alexandre Adad Alencar.
Adad encontrou além do “bem-te-vi rajado”, um casal de choca-barrada, casaca-de-couro, ferreirinho-estriado, furriel, garrinchão-pai-avô, espécies de pica-pau e algumas aves mais comuns como cancão, canários da terra e bem-te-vis, todas em árvores das matas ainda preservadas na cidade de Teresina (PI).
Bem-te-vi-rajado. Fonte: Alexandre Adad Alencar.
A atividade de Alexandre Adad tem outros adeptos como o economista piauiense Felipe Mendes que tem brincado com as lentes de suas câmeras e compartilhado com seus amigos de redes sociais imagens incríveis. Aliás o Dr. Felipe já foi incentivado várias vezes a publicar seus achados para além do Facebook e do Instagram. Seria muito bom que tivéssemos mais “Alexandres e Felipes” para mostrar mundo afora nossas riquezas e encantos que sobrevivem à sanha de destruição das nossas matas.
Pipira-vermelha. Fonte: Alexandre Adad Alencar.
Parabéns, Dr. Alexandre Adad! Pelo seu profissionalismo como médico e agora como observador de aves.
Dr. Alexandre Adad Alencar: Fonte: Arquivo pessoal.
Bom domingo para todos (as).
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