ONG emite alerta para localizar peixe-boi no litoral do Piauí — Foto: Aquasis
A ONG Aquasis emitiu um alerta para tentar localizar um peixe-boi fêmea que perdeu o equipamento rastreador depois de ser solta no mar. A ONG forneceu orientações sobre como proceder caso encontre qualquer peixe-boi na praia e como acionar os especialistas (veja abaixo).
A peixe-boi batizada de Pintada está sem equipamento de telemetria, que informa a localização do animal, desde 14 de julho. Na última quinta-feira (22), um animal da mesma espécie foi encontrado morto sob a ponte do rio Igaraçu, em Luís Correia.
A peixe-boi Pintada foi solta no mar no dia 6 de julho, depois de 6 anos de tratamento no Centro de Reabilitação de Mamíferos Marinhos (CRMM) da Aquasis, em Caucaia, no Ceará.
Pintada possui um número 3 marcado nas costas. — Foto: Aquasis
Em 14 de julho, ela encalhou na praia de Flecheiras (CE), e foi resgatada por pescadores da região. No local do encalhe, os técnicos da ONG encontraram apenas o equipamento localizador de Pintada e perderam contato com o animal.
Segundo o zootecnista Pitágoras Viana, que participa das buscas pela Pintada, os pescadores que a encontraram relataram que a peixe-boi aparentava estar cansada. “É normal pelo deslocamento muito longo que ela estava fazendo. Então, nossas projeções é de que ela não tenha avançado muito depois disso”, disse.
O que fazer ao encontrar um peixe-boi
Não toque, não alimente e nem ofereça bebida ao animal;
Não devolva o animal para a água;
Busque manter o peixe-boi protegido do sol, e joga água sobre o corpo dele;
Acione especialistas da Aquasis pelos telefones (85) 9 9800-0109 e (85) 9 9188-2173 ou do Instituto Tartarugas do Delta pelos números (86) 9 9968-0197 ou (86) 9 9975-5380.
ONG emite alerta para localizar peixe-boi no litoral do Piauí — Foto: Aquasis
As novas projeções feita pelos técnicos da ONG é de que Pintada esteja no litoral entre o Piauí e o Ceará.
“Como o Maceió apareceu em Luís Correia, e como essa região é uma área bastante propícia para os peixes-boi, e também bastante povoada, acreditamos que ela possa estar por aqui”, explicou o zootecnista.
A orientação caso alguém encontre um peixe encalhado é de mantê-lo na terra e jogar água sobre o corpo dele, mantendo ele protegido do sol, porque apesar de ser um animal marinho, o peixe-boi é um mamífero, e não consegue respirar debaixo d’água.
Ainda segundo o zootecnista Pitágoras Viana, os manguezais de Luís Correia, parte deles localizados no rio Igaraçu, mesmo local onde foi encontrado o peixe-boi Maceió.
“Todas essas áreas e estuários grandes que tem por aqui são muito importantes para os peixes-boi. Eles se alimentam das folhas e brotos do mangue, além de ser uma área de repouso para eles, e de nascimento de filhotes”, explicou.
No dia 22 de julho, o peixe-boi Maceió foi encontrado morto sob a ponte do Rio Igaraçu, região de mangue localizada em Luís Correia. Um laudo realizado pela Aquasis revelou que o animal teria sido atingido pela hélice de uma embarcação e, ferido e debilitado, morrido por afogamento cerca de 15 dias depois.
Peixe-boi Maceió encontrado morto em Luís Correia foi atingido por embarcação, diz instituto — Foto: Aquasis
A espécie é o maior mamífero em extinção no Brasil, por conta da grande influência em seu habitat natural. Um adulto pode chegar a 420 kg, ter quase 3 metros de comprimento e viver por cerca de 60 anos.
“Estamos ampliando nossa campanha de sensibilização socioambiental no litoral oeste do estado, na perspectiva de consolidar nossas parcerias com as comunidades locais a fim de que, caso ocorra o encalhe de algum peixe-boi-marinho na região, sejamos rapidamente acionados para realizarmos o resgate.”
Pintada foi resgatada quando tinha poucos dias de vida em 2015, na praia de Morro Pintado, no município de Areia Branca, no Rio Grande do Norte. Os profissionais do instituto tentaram reintroduzi-la imediatamente ao mar, mas ela voltou a encalhar dias depois na praia de Melancias, em Icapuí, no Ceará.
ONG emite alerta para localizar peixe-boi no litoral do Piauí — Foto: Aquasis
Depois disso, ela foi levada para o Centro de Reabilitação de Mamíferos Marinhos (CRMM) da Aquasis, onde ficou por seis anos em tratamento para retornar ao mar.
“Quando aconteceu esse segundo encalhe, ela estava com escoriações, bastante debilitada. Esses animais são muito dependente dos pais até os dois anos de idade”, explicou Pitágoras Viana.
No dia 6 de julho, Pintava foi solta na praia de Icapuí. Ela permaneceu na região por três dias, interagindo com outros peixes-boi da região, até começar a se deslocar no sentido do litoral do Piauí.
“A equipe acompanhou esse deslocamento. Ela não aparentava estar desorientada, porque estava seguindo a costa e margeando de acordo com as marés”, contou.
Em 14 de julho, Pintada foi encontrada por pescadores, encalhada na região da praia de Flecheiras, no município de Trairi (CE), e liberada em seguida. Na ocasião, Pintada perdeu seu equipamento localizador.
ONG emite alerta para localizar peixe-boi no litoral do Piauí — Foto: Aquasis
Fonte: Portal G1 PI
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