11 de jun. de 2021

Presidente do Grupo GUARÁ ONG LGBT, recebe o título de cidadão parnaibano


Conheça a história de Wellington 
Araújo

Nasceu na Cidade de Brasília em 12 de outubro de 1979, sou fruto de um relacionamento fora do casamento dos meus pais biológicos.

Em memória de minha mãe, a maranhense Leude Oliveira Veloso, fui o último e seu sétimo filho, o anterior a mim, meu irmão Dadá, nasceu com uma deficiência mental; meu pai biológico Manoel Fernandes, natural do Ceará com a esposa já tinham oito filhos.

Ao mesmo tempo, outra família entra na minha história, o senhor Manoel Alves e a senhora Luzia de Araújo aos quais fui dado-lhes como afilhado, esse casal tinha um relacionamento de 14 anos e até então não haviam tido filhos.

Entre as várias dificuldades que minha mãe Leude passava, a madrinha Luzia começou a cuidar de mim, passando a tratar-me como um filho e mais tarde com a sua separação veio de  Brasília a Parnaíba trazendo-me, nessa época eu tinha 2 anos, desde então resido em Parnaíba.

Ao longo da minha vida, estudei nas escolas municipais: Henriette Sotter, nas estaduais Edson Cunha, João Silva, Lima Rebelo e como normalista e técnico em Educação escolar,  na  Escola Normal Francisco Correia.

Cursei licenciatura em educação física pela  Universidade Federal do Piauí, hoje UFDePar. Na Universidade de Uberaba cursei bacharelado em serviço social. Também pela UFPI fiz especialização em educação, pobreza e desigualdade social.

Em 1995 iniciei a militância a frente da luta pela prevenção das infecções sexualmente transmissíveis/ ISTs e do HIV,  em 1996 entrei no grupo de jovens JEFC, na comunidade Santana, hoje paróquia, ali, como leigo além do grupo de jovens, participei das pastorais da criança e da crisma, ao mesmo tempo conheci pessoas que além de rezarem comigo tornaram-se mais que amigas e amigos!

Em 2003, junto a amigos e colegas fundamos o grupo Guará, ONG LGBT. A nossa ONG tem realizado 13 semanas da diversidade e paradas LGBTs, com isso tínhamos antes da pandemia um dos maiores eventos do nosso estado, ao tempo em que fazia militância em prol dos direitos pelo respeito a nossa orientação sexual, também aprendia a exercer minha cidadania, e a colaborar no conselho  Municipal de saúde. Participei de várias conferências municipais, estaduais e nacionais, além da construção dos planos orçamentários anuais de Parnaíba.

Antes disso, aos 15 anos voltei a morar com mamãe Luzia e seu segundo esposo, papai Bernardo Moreno, essas enormes relações me deram   em média 25 irmãos, 11 afilhados e uma quantidade gigante de amados sobrinhas e sobrinhos!

Meu padastro Bernardo era pedreiro, sempre levava os filhos e os enteados para trabalhar, quando não tinha serviço na construção civil ele nos levava para caçar, pescar, pegar caranguejo, jamais permitindo que ficássemos à toa.

A militância e a participação nas CEBS me

trouxeram inúmeros frutos. Em 1999 iniciei a profissão de professor numa turma de EJA pela Prefeitura de Parnaíba, em parceria com Banco do Brasil/ o BBeducar. Nos próximos quatro anos aprendi muito sobre a importância da educação e principalmente a trabalhar em prol dos idosos e adultos que não sabiam ler nem escrever,  tive a oportunidade de fazer uma capacitação sobre o método Paulo Freire,  um dos maiores educadores mundiais e com base nas suas teorias aprendi que educar é muito mais que uma profissão.

De 2005 a 2012 trabalhei como profissional da educação e monitor em programas assistenciais tanto pelas prefeituras de Luís Correia e Parnaíba e também pelo governo do estado do PI como cargo de confiança e celetista.

Em 2008 passei no concurso público para auxiliar de vigilância para a SEDUC do Piauí, de 2013 a 2016, colaborei na gestão do prefeito Florentino onde atuei na coordenadoria de direitos humanos e também na casa de acolhimento infanto juvenil. 

Nos últimos 4 anos trabalhei em Luís Correia novamente, como assistente social,  fiquei à frente do Selo UNICEF, nesse período dos  224 municípios do Piauí apenas 59 ganharam o selo! O trabalho que cito e que trouxe o prêmio a Luís Correia foi obtido graças à grande articulação e fortalecimento das redes socioassistenciais, com isso tivemos a redução dos indicadores sociais negativos entre o público infanto juvenil daquele município.

A partir de 2018 iniciei a carreira como docente no ensino superior, atuo na mesma área e também como celetista pela prefeitura de Parnaíba.

Ao longo da minha vida, com quase 42 anos de idade, os anjos colocaram em minha vida grandes pessoas que me ajudaram e ensinaram que o amor, a solidariedade, a compaixão e a fraternidade devem ser sinônimos do nosso significado existencial!

Gostaria de dar uma referência, a minha vó materno adotiva,  mãezinha Luiza, a qual sempre lembro dos cuidados, zelo e carinho que teve comigo, ela me ensinou a rezar, a cantar e até ler as primeiras palavras. Na infância, eu pensava que se naquele momento Deus a levasse na hora em que fosse sepultada eu pularia em seu túmulo pois a vida não teria mais sentido para mim, Deus, que tudo sabe, só a levou ao se aproximar dos 99 anos, quando eu já era bem adulto.  A ela minha eterna gratidão!!!

 Aos amigos de infância e adolescência, muito aprendizado e brincadeiras na rua Guaporé onde cresci e aprendi a andar de bicicleta, que tempo maravilhoso...

Ao amigo Áfrio Teles,  outra grande referência para mim, não tenho palavras para descrever o quanto ele tem sido um amigo gentil, a  dona Vicência Teles, a mãe de Áfrio, como muitas mães que passaram pela minha vida, ela, como mãe, mulher e chefe de família é um símbolo da mulher nordestina, eu não poderia esquecer!

Dentre os professores que tive, quero citar a professora da 4ª série Silgia Rabelo,  que sempre me defendia quando algum coleguinha me insultava por perceber que a minha orientação sexual não era igual às dos demais, seu exemplo como professora foi para mim algo extremamente importante!

De 2005 a 2008  morei no interior, povoado Jacobina, zona rural de Luís Correia, a minha gratidão a todos os parentes daquele amado interior, e especialmente a minha amada tia Chica que hoje com Alzheimer não compreende o que falamos, mas que ao me ver sempre sorri muito, penso que talvez lembre da nossa convivência, do tempo em que morei com sua família fui muito feliz!

O que eu tenho feito ao longo da minha vida é tentado atuar como alguém que se preocupa com o próximo e que e que não cruza os braços diante de qualquer injustiça ou dor, seja de quem for, acredito que isso tenha colaborado para eu tenrar ser essa pessoa, sempre um ser humano não tóxico!

Há 10 anos moro no Colina da Alvorada, antes disso morei em 19 diferentes lugares, a minha casa é  do  programa Minha Casa Minha Vida onde pago R$ 30,00 ao mês,  também recebi o valor de $ 5.000,00 do programa Minha Casa Melhor, assim não poderia esquecer que entre os sonhos materiais que qualquer um de nós tem, ou mesmo os senhores  intelectuais os adquiri graças aos 12 anos que o Partido dos Trabalhadores esteve à frente da gestão do Brasil.

Aqui coloco que cada um de nós deve fazer a sua parte para que a garantia de direitos possa ser dada a quem precisa, e não aos que já têm o poder e com ele massacram, usurpam e fazem do nosso país um lugar onde a pobreza e a falta de direitos esteja em alta! 

O desgoverno que vivemos tira a vida de muitos, paremos um instante para refletir sobre os mais de 119 milhões de irmãos brasileiros que passam fome!? Será que isso não lhes dói? Será que o assistencialismo barato com que exclui e mata não lhes causa nenhuma comoção!?

Em 2018 recebi do governador do estado do PI, Wellington Dias o título do Mérito Renascença, uma das mais altas homenagens que o nosso estado tem.

Hoje ao ser mais uma vez homenageado e mesmo em momento de alegria e felicidade quero externar a minha solidariedade à todos os irmãos e irmãs que estão desempregados, passam fome ou que perderam alguém em decorrência do covid-19.

Gostaria de concluir com uma frase de umas canções do grupo o Rappa: "Somos luzes que faíscam no caos, somos vozes abrindo um grande canal"!!!

Muito obrigado a todas e todos!!!

Axé!!!!!

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