Aos 104 anos, o aposentado Flávio da Fonseca Brasil já enfrentou a gripe espanhola e agora venceu a Covid-19. Com salva de palmas, ele recebeu alta médica de um hospital particular de Teresina na segunda-feira (21) após infecção pelo novo coronavírus. Flávio Brasil passou 13 dias internado em tratamento contra a doença, não chegou a ir à unidade de tratamento intensivo (UTI) e recebeu as duas doses da vacina anticovid. Flávio Brasil nasceu no Ceará em 1917, um ano antes de iniciar os primeiros registros da gripe espanhola, uma doença provocada por uma mutação do vírus da gripe. Essa doença afetou a população mundial entre os anos de 1918 e 1920, durante a primeira guerra mundial, e provocou a morte de mais de 50 milhões de pessoas.
Hoje, só no Brasil, a pandemia da Covid-19 registra a lamentável marca de 502 mil pessoas mortas em decorrência dessa doença. No mundo, são mais de 3 milhões. Desses números, 6.397 foram de mortes no estado do Piauí.
Flávio, agora, é uma das 283.852 pessoas que conseguiram vencer o novo coronavírus no Piauí, que receberam alta médica ou estão em processo de recuperação.
Aos cuidados dos filhos, netos e uma rede multiprofissional de cuidadores, Flávio se mantém saudável, mesmo com as limitações provocadas pela idade. No momento, ele mora no bairro Mocambinho, zona Norte de Teresina, com uma das filhas, a Maria do Socorro, que dedicou a vida para cuidar do pai. Portador de um marcapasso no coração, passou por uma avaliação e “está tudo bem”.
Ele é cearense e deixou o estado do Ceará com a esposa Zélia Ribeiro da Fonseca para “tentar a vida” no Piauí em 1940. Construiu uma família com 10 filhos e mais de 50 netos, bisnetos e tataranetos. O casal ficou junto por mais de 50 anos. A esposa faleceu aos 68 anos em 1992.
Assim que chegou ao Piauí ele trabalhou em fazendas e depois, por muitos anos, foi funcionário do Tribunal de Justiça do Piauí. Ele se aposentou aos 70 anos.
A filha Marcia Terto fala sobre a bravura do patriarca da família, hoje carinhosamente chamado de “bebê”. Para ela, ele é um “herói”.
“Ele sempre foi muito trabalhador. Sempre integro, correto, com dedicação ao trabalho. Ele reconhece algumas pessoas. Nunca foi de beber, amava andar de bicicleta e de cuscuz. Nada falta para ele, que é sempre bem cuidado, em especial pela minha irmã Maria do Socorro. Ele é a vida dela, que mesmo sendo portadora de Parkinson, faz tudo que pode por ele. Todos nós fazemos. Nós nos preocupamos com ele por amor, por ele ter sido muito amável com a gente, com os filhos, netos, bisnetos e tataranetos. Nosso patriarca é simplesmente lindo”.
Carlienne Carpaso
carliene@cidadeverde.com
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