25 de mai. de 2021

Presidente da Acronn explana desafios enfrentados pelos pacientes em Parnaíba

O presidente da Associação dos Portadores de Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa do Norte-Nordeste do Brasil (Acronn), José Rodrigues Rocha Júnior, fez uso da Tribuna Livre da Câmara Municipal de Parnaíba (CMP) na última sessão realizada dia 19, para explanar as inúmeras dificuldades enfrentadas pelos pacientes. A propositura que deu espaço para uso da tribuna foi requisitada pelo presidente da CMP, Carlson Pessoa (DEM).

A Doença de Crohn é uma doença inflamatória séria do trato gastrointestinal que afeta predominantemente a parte inferior do intestino delgado (íleo) e intestino grosso (cólon), mas pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal. José Rodrigues Rocha Júnior, mais conhecido como Sargento Eudes é policial militar em Parnaíba e iniciou sua explanação contando ao plenário e aos internautas que assistiam a sessão pelas redes sociais da Câmara, a forma como ele descobriu que tinha a Doença de Crohn.

“Descobri por acaso que tinha Crohn. De 2014 para 2015 passei a sentir vários sintomas como diarreia, dor nas articulações, fraqueza, vertigens e a medicina de Parnaíba não me dava nenhuma orientação. Então fui buscar tratamento em Teresina e somente lá obtive o diagnóstico de Doença de Crohn. A minha história é muito semelhante a de dezenas de outros pacientes que também não conseguiram descobrir o que tinham ao procurar atendimento em nossa cidade e isso é muito prejudicial, pois a demora no diagnóstico acaba acarretando em uma possível cirurgia ou até mesmo no óbito em um curto espaço de tempo”, alertou Eudes.

Ele conta que iniciou o tratamento no Hospital Universitário de Teresina (HU-THE) e desde então passou a receber a medicação pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Outro problema que os pacientes sofrem é com a descontinuação do tratamento. Aqui em Parnaíba parte dos medicamentos recebemos pela Prefeitura e outra parte pela farmácia do Estado e sempre há a descontinuidade. Nos últimos seis meses eu recebi a medicação correspondente a apenas um mês e não podemos ficar sem os remédios. Não estamos tendo possibilidade de fazermos o tratamento de forma adequada. Há uma injeção que preciso tomar a cada sete dias, mas por causa dessa dificuldade estou aplicando a injeção num intervalo de 10 dias porque sei que irá faltar”, expôs ao informar que vários pacientes passam pelo mesmo problema. “Este é um problema de saúde extremamente sério, por isso, estamos buscando auxílio da Câmara, porque uma semana que paramos o nosso tratamento os estragos na nossa saúde são tremendos. Perdemos totalmente nossa qualidade de vida. Sensibilizamos o parlamento para que a Câmara também possa buscar meios para que esse tratamento venha para Parnaíba pelo SUS, como consultas e exames, pois quem sofre da Doença de Crohn precisa buscar tratamento na capital e isso é muito dispendioso. Aqui em Parnaíba só existe o tratamento de forma particular, pois nem convênios são aceitos”, afirmou.  

O vereador Irmão Marquinhos (DEM) que tem um filho com Doença de Crohn, confirmou apoio a demanda da entidade, se colocando inteiramente à disposição para ajudar no que for preciso.

“O município fornece alguns medicamentos, mas é um processo muito burocrático. Os remédios para amenizar as doenças são muito caros e na cidade temos vários pacientes com essa enfermidade que precisam do nosso apoio”, disse o parlamentar.

Ronaldo Prado (Cidadania), informou que a família dele passou pelo mesmo problema quando uma sobrinha dele ficou doente.

“Minha sobrinha também percorreu vários caminhos até receber o diagnóstico desta enfermidade. É uma doença muito complexa que vai desde a medicação até aos alimentos, pois quem tem Crohn é privado de vários tipos de comida. Se a pessoa comer algo que o intestino dela não é capaz de digerir, imediatamente a pessoa sente diarréia e precisa ir ao banheiro porque o intestino da pessoa fica inflamado. Se o caso não for tratado da forma correta pode gerar até um câncer de colo retal”, relatou Ronaldo.

O presidente Carlson Pessoa confessou que até então não conhecia a doença e disse que os pacientes podem contar com a força e influência do parlamento parnaibano na busca de melhorias no tratamento a fim de minimizar os transtornos causados pela doença.  

Ascom / CMP


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