9 de mai. de 2021

José Sarney indaga Renan sobre isenção do relatório de CPI

 

_Ex-presidente José Sarney quando de participação especial no Prerrogativas (Imagem: Reprodução)
_Ex-presidente José Sarney quando de participação especial no Prerrogativas (Imagem: Reprodução) 

O ex-presidente da República José Sarney fez uma breve participação no programa Prerrogativas para primeiro, segundo ele, fazer um “testemunho”, e depois para indagar se estava correto o seu “testemunho” de que o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia, senador Renan Calheiros, fará um relatório “sem ódio”, "isento”.

Abaixo o testemunho, com a pergunta do ex-presidente e a resposta de Renan Calheiros, que era o entrevistado do Programa Prerrogativas. 

José  Sarney: Eu não vou lhe fazer uma pergunta. Eu vou prestar um testemunho. Um testemunho de que o senador Renan Calheiros vai fazer um relatório sem ódio, um relatório isento, um relatório sem facciosismo, um relatório que não seja subalterno, um relatório que esteja à altura da sua tradição política. Portanto esse é o testemunho que eu quero fazer. Agora eu quero lhe fazer uma pergunta. A pergunta é se eu estou certo?

Renan Calheiros: O presidente Sarney é a instituição política mais respeitável do Brasil. Colaborou fundamentalmente para nossa transição democrática e eu tive os privilégios de, além de ser seu amigo, ser seu contemporâneo. Eu ouso, ele já se vacinou, recebeu duas vacinas e eu só uma apenas, a primeira dose… mas eu faço questão de me multiplicar as medidas de proteção sanitária e vou lá conversar com ele, ouvi-lo. Ele é uma pessoa assim muito querida e ele está absolutamente certo. Aquilo que eu falei para vocês, o meu relatório ele é um relatório político, mas não pode ter viés político. Ele tem que ter a plenitude técnica que as comissões parlamentares de inquérito na forma da Constituição precisam ter. E eu me dedicarei dessa forma. É por isso que eu digo e repito: olha, eu torço para que o presidente da República explique o que aconteceu. A bola está com ele. Ele tem que explicar se houve imunidade de rebanho, se houve imunização natural, por que é que ele defendeu isso. Por que é que ele defendeu aquilo. Por que que ele agride a China, o maior parceiro comercial e estratégico do Brasil ? E que tem relações estratégias desde a década de 80, que é o principal fornecedor dos insumos que precisamos para a vacina. Por que depois do que aconteceu com o ex-chanceler, as coisas continuam… não mais do ponto de vista do Itamaraty, acredito, mas do ponto de vista do que diz o presidente, repete, dizem seus filhos, repetem. Quer dizer, nós precisamos pôr termo a essa irresponsabilidade. E cabe à política, representação, o Senado, as instituições organizadas da sociedade cobrar para que isso efetivamente aconteça. E apoiar o Supremo Tribunal Federal, as instituições democráticas. Exigir o cumprimento à Constituição. Esse país vive momentos de dificuldade com a sua democracia por um lado, mas por outro lado nós tivemos uma revisão do Supremo Tribunal Federal, que foi Kakay, o reencontro com a verdade. Em função da massificação, da criminalização da política, havia dúvida com relação à verdade. Essa decisão do Supremo com relação ao Lula e com relação a outras pessoas, porque eu também tive acesso recentemente às mensagens da Lava Jato que me dizem respeito, é um reencontro com a verdade. É isso que precisa ser comemorado no país. É esse reencontro com a verdade.

Por Rômulo Rocha - Do Blog Bastidores

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