25 de fev. de 2021

Processo de desmonte da Embrapa de Parnaíba é discutido em audiência pública

A Câmara Municipal de Parnaíba (CMP) realizou na noite desta quarta-feira (24), a primeira audiência pública do ano para tratar sobre o processo de desmonte da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) – unidade de Parnaíba, PI.

A reunião foi promovida pelo presidente da CMP, Carlson Pessoa (DEM) e ocorreu no formato Home Office. Entre os integrantes do parlamento, se fizeram presentes o segundo vice-presidente da Casa, David Soares (PP), da primeira secretária, Neta Castelo Branco (DEM) e os demais vereadores Zé Filho Caxingó (PL), Renatinho (PTB), Fátima Carmino (PT) e Ricardo Veras (Republicanos).

Também se fizeram presentes profissionais da Embrapa local, além do presidente nacional Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf), Marcos Vinícius Vidal, a vice-presidente do Sindicato, Alexandra Wickboldt, o presidente do sindicato da Embrapa de Parnaíba, Raimundo Júnior, o pesquisador Embrapa de Parnaíba, Francisco Seixas, o produtor do Tabuleiro Litorâneos, Josenilton Lacerda, o diretor administrativo e financeiro do Sinpaf, Antônio Guedes, o presidente do Ageopar, Jorge Resende, a servidora da Embrapa, Selma Beltrão e o presidente da Associação Comercial e Industrial de Parnaíba, Carneiro Junior.

Marcos Vinícius Vidal iniciou o debate pontuando os três pontos principais para os quais eles buscam respostas da unidade do órgão em Teresina. “Queremos o cancelamento imediato das transferências; ter acesso ao estudo técnico que deu acesso a esse desmonte, pois não está correto desmontá-la desta maneira. Estamos aqui solicitando a ajuda do parlamento parnaibano e as demais autoridades ajuda para lutarmos contra este desmonte”, pontuou

Alexandra Wickboldt lembrou que em 2019 houve uma comitiva com vários segmentos, inclusive com o presidente da República e com os produtores locais, quando ficou acordado que a Unidade de Execução de Pesquisa (UEP) Parnaíba seria fortalecida. No entanto, o acordo ficou apenas no papel.

“O desmonte corresponde a mais de 50% do quadro de servidores da UEP e mesmo os pesquisadores frisando que com a redução não será possível continuar com as pesquisas, não temos resposta da Embrapa de Teresina. Sendo assim, os projetos em andamento poderão ser encerrados e, dessa forma, toda a sociedade seria prejudicada, ponderou Alexandra”.

Francisco Seixas, pesquisador da Embrapa de Parnaíba disse que provavelmente a unidade seja uma das que mais tem ligação com o setor produtivo, pois nos últimos anos foram disponibilizadas mais de 40 tecnologias para os produtores.

“A nossa interação é muito grande. Com a saída da Embrapa, o prejuízo para a cidade será enorme, pois todos que vem investir aqui, primeiramente ligam para a Embrapa, ou seja, se o empresário não tiver o aporte da Embrapa ele não vem. Em relação aos Tabuleiros Litorâneos, temos projeto de cajueiro, acerola orgânica, leite a pasto e diversas outras tecnologias e todo esse avanço corre sério risco de ser extinto”, disse o pesquisador ao alerta ainda que não somente a unidade de Parnaíba, mas também a de Teresina está em risco.

Raimundo Júnior disse que as ameaças sempre são “requentadas”, de tempos em tempos.

“Sempre nos dizem que irão fortalecer a Embrapa de Parnaíba, no entanto, o que de fato acontece é totalmente diferente. É muito difícil trabalhar assim, pois sempre somos surpreendidos com colegas de trabalho que chegam se despedindo porque foram transferidos para outra unidade. Há mais de 30 anos prestei o concurso da Embrapa e desde então assumi a missão de ser servidor do órgão e vejo como um desrespeito com a sociedade a forma como estão tratando a Embrapa de Parnaíba”, desabafou Raimundo.

Toda a movimentação para tentar barrar o fechamento da Embrapa teve início com a atuação do presidente da Associação Comercial de Parnaíba, Francisco Carneiro Júnior que também protestou contra a atual situação do órgão.

Os vereadores asseguraram total apoio na luta para que cesse o processo de desmonte da unidade em Parnaíba. Eles concordam que a Embrapa tem grandes benefícios na região norte, além do desenvolvimento de pesquisas que a empresa fornece à economia local.

O presidente da Câmara, Carlson Pessoa informou que será encaminhado um documento para a diretoria da Embrapa de Teresina, em conjunto com o presidente do sindicato Raimundo Júnior que tem realizado o feedback junto ao Poder Legislativo.

“O documento solicita a suspensão das transferências dos servidores e maquinários. Solicitaremos também o envio para a Câmara o estudo do atual projeto que está sendo realizado para cidade de Parnaíba, além de provarem que não está acontecendo um ‘desmonte silencioso’. Todos os vereadores signatários irão assinar o ofício e depois será encaminhado ao presidente nacional da Embrapa, o senhor Celso Luiz Moretti”.

 

Ascom / CMP

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