O desrespeito às prioridades estabelecidas para a vacinação contra a Covid-19 não é só irregular, é imoral e até mesmo desumano. Enquanto centenas de profissionais de saúde se expõem diariamente em clínicas e hospitais com alto risco de contágio, espertalhões que não pertencem a esse meio dão um jeito de passar a perna nos outros e receber a vacina antes de todo mundo. É a velha mania de se dar bem a qualquer custo que ainda existe no Brasil.
Interessante notar que muitos dos que estão hoje atravessando o que determina a diretriz do Ministério da Saúde são negacionistas que até ontem debochavam da pandemia e até mesmo da coronavac, por sua origem chinesa, como se o princípio ativo ( IFA) de boa parte das vacinas, inclusive a de Oxford/Astrazeneca, não viesse de lá.
São pessoas sem senso de cidadania e respeito ao coletivo. Os profissionais de saúde não apenas colocam suas vidas em risco para salvar os outros como exercem um trabalho fundamental nesse contexto. Todos eles já estão cansados por quase um ano de atuação em condições adversas. Muitos adoeceram e outros tantos já morreram. Se continuarmos a perder profissionais de saúde para a Covid-19, quem irá tratar os pacientes que não param de chegar aos hospitais?
O Brasil não se preparou para vacinar sua população. O Ministério da Saúde não desenvolveu uma estratégia de compra antecipada, como fizeram outros países. Agora, corre atrás de doses minguadas para uma população gigantesca de 210 milhões de habitantes. É preciso que haja consciência para respeitar que as pouquíssimas doses disponíveis sejam destinadas a quem mais precisa neste momento.
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