A carga de cigarros encontrada em um navio que estava encalhado em Cajueiro da Praia, litoral do Piauí, deve ser incinerada nos próximos dias. A Polícia Federal aguarda apenas uma autorização judicial para realizar o procedimento.
A embarcação foi abandonada pelos tripulantes no último dia 25 de agosto, após ter batido em pedras em uma praia do município de Cajueiro da Praia.
De acordo com a Polícia Federal, ao todo foram apreendidos mais de 110 mil pacotes, cada um com 20 maços de cigarro. O valor total do carregamento foi avaliado, preliminarmente, em R$ 5 milhões, mas a Receita Federal ainda deve concluir a análise para determinar o valor real.
"O inquérito vai seguir na tentativa de localizar o proprietário do barco e o dono da carga", informou o delegado da PF Marcos Roberto dos Santos, que ressalta que, na fuga, os tripulantes levaram diversos equipamentos, como GPS, com objetivo de dificultar as investigações. "Na mesma hora eles vão embora, levando parte dos equipamentos do barco", completou.
Ainda de acordo com o delegado, uma perícia também deve detectar o país de fabricação dos cigarros. Inicialmente, circulou a informação de que o material é de origem Paraguaia, o que ainda não está confirmado.
Informações apuradas pelo Cidadeverde.com também dão conta que o grupo que tripulava a embarcação já realiza a mesma rota de transporte ilegal de cigarros há pelo menos 10 anos. Semanalmente, o mesmo grupo sai de países da região Guiana e do Suriname, passa pelos estados do Pará e Maranhão, e tem como destino final o litoral do Piauí, onde a carga é retirada dos barcos e colocada em caminhões para ser levada a outros estados brasileiros.
No Piauí, pescadores e moradores de comunidades próximas às praias são contratados para auxiliar na retirada dos produtos dos barcos.
A prática ilegal já era alvo de investigações da Polícia Federal, que já chegou a realizar algumas operações no sentido de desarticular a organização.
No interior da embarcação encalhada na última semana, os policiais federais encontraram,além da bandeira do Brasil, bandeiras de Trindad e Tobago e de Granada, países localizados na América Central, indicativo de práticas delitivas internacional.
Procurado pela reportagem, o capitão de Fragata, Maxwell Denigres, chefe da Capitania dos Portos no Piauí informou que a Marinha não tinha conhecimento da recorrência da circulação irregular da embarcação encalhada na última semana. Ele também ressaltou que existe um trabalho de monitoramento efetivo com objetivo de coibir a circulação irregular de embarcações.
Embarcação é rebocada
No último sábado (29), a Marinha do Brasil, através da Capitania dos Portos do Piauí, realizou o desencalhe da embarcação encontrada em Cajueiro da Praia. A embarcação foi isolada a fim de reduzir a possibilidade de derramamento de óleo no local e preservar o meio ambiente.
Na ação, foram empregados duas embarcações de transporte de pessoal, duas motos aquáticas, quatro viaturas, além de 30 militares da Capitania. Após o desencalhe, a embarcação foi rebocada para o município de Luís Correia, também no litoral do Piauí.
Natanael Souza
Redacao@cidadeverde.com
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