(Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)
Quem mora no Piauí já se acostumou a ver reportagens sobre a falta de remédios na farmácia de medicamentos excepcionais, a Farmácia do Povo, mantida pelo Governo do Estado. No órgão que deveria ter estoque de remédios para quem sofre de doenças especiais, o descaso administrativo faz aumentar o sofrimento de pacientes e familiares.
A reportagem do Política Dinâmica esteve na farmácia duas vezes neste mês. Um dos usuários que relatam falta de medicamentos é o senhor Renato Figueiredo. Ele foi ao local buscar o medicamento da esposa, que sofre de retocolite ulcerativa, uma doença inflamatória intestinal crônica em que há inflamação e ulcerações no intestino grosso (cólon) e no reto. Segundo ele, o remédio está em falta na farmácia desde dezembro de 2019.
Renato diz que remédio falta desde 2019 (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)
“Minha esposa tem uma doença chamada retocolite ulcerativa. Ela recebe o enema de um grama da mesalazina. Desde dezembro a farmácia não tem. O grupo Acronn já entrou com processo na Procuradoria alegando isso e eles dizem que vão comprar e nunca compraram. Esse remédio custa por mês R$ 690. Todo mês a gente compra porque não está tendo aqui na farmácia. Só consigo pegar em comprimido de 800 miligramas”, falou.
A Acronn citada por ele é a Associação do Portador de Doença Crohn e Retocolite do Norte-Nordeste do Brasil. Segundo Renato, a esposa precisa usar o remédio todos os dias, pelo resto da vida. “Eu acho um descaso. Eles alegam que vai chegar e nunca chega. O dinheiro vem, mas o que acontece a gente não sabe. É muito triste ver isso porque a gente precisa e todo mês estamos tendo que gastar R$ 690 porque aqui não tem”, completou.
Usuários na fila em busca de medicamentos (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)
A compra da mesalazina é de responsabilidade do Governo do Piauí e cabe à Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) adquirir e pagar pelo medicamento, com recursos próprios. No mês de junho, a diretora-geral da Farmácia do Povo, Wanda Avelino, admitiu em entrevista à TV Clube que o remédio estava faltando. Na ocasião, ela relatou problemas de aquisição de vários medicamentos e afirmou que o processo de compra é bastante demorado.
USUÁRIO DIZ QUE FALTA GESTÃO
Outro piauiense que relata descaso na Farmácia do Povo é Paulo Lauriano, ex-vereador do município de Picos. Ele costuma ir até a farmácia pegar o medicamento para uma paciente de Jacobina, no interior do Piauí. O remédio dela não está faltando dessa vez, mas já faltou em outras ocasiões e causou muito transtorno. Ele conta que é muito comum faltar diferentes tipos de remédio na farmácia e avalia a situação como falta de gestão.
Paulo Lauriano culpa gestão estadual por problemas (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica)
(Por:Gustavo Almeida)
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