22 de ago. de 2020

Opinião:”Pesquisas fajutas”

Por: José Olímpio

A temporada das pesquisas de intenção de voto já começou. Cuidado para não se deixar enganar pelas consultas de araque.

Desde que surgiram no processo eleitoral brasileiro, não raro as pesquisas de intenção de voto são utilizadas para fraudar a vontade popular.

Com a ajuda da mídia, tentam induzir o eleitor a votar neste ou naquele candidato, o que configura crime eleitoral, mas nunca se viu um instituto ou políticos envolvidos nesse tipo de fraude serem punidos.

Aqui em Teresina, a cada eleição, são divulgadas dezenas de pesquisas fajutas, que atendem a todos os gostos, sob as vistas complacentes do Ministério Público Eleitoral e da Justiça Eleitoral, a quem cabe zelar pela lisura das eleições.

Nunca, porém, se ouviu falar na apuração rigorosa de eventuais crimes eleitorais praticados pelos institutos e seus clientes. Passada a eleição cai tudo no esquecimento.

Muitas dessas empresas são criadas às vésperas das eleições, não possuem sede nem pessoal habilitado a fazer esse tipo de trabalho. É uma verdadeira molecagem. Encerrado o processo eleitoral, esses institutos tomam doril, desaparecem do mercado, e só na próxima eleição eleição se ouvirá falar neles novamente.

E quem paga o pato são as empresas sérias que estão há anos no mercado, possuem sede própria, registro e são presididas por estatísticos respeitados, que trabalham o ano todo, em diversos setores, e terminam sendo confundidos com os picaretas que surgem em períodos eleitorais fazendo toda sorte de falcatruas.

Pesquisas devem servir para que os partidos reorientem suas campanhas, a postura de seus candidatos e corrijam eventuais erros. Nunca para enganar o eleitor e fraudar o processo eleitoral.

Algum tempo atrás, a imprensa andou falando numa investigação da Policia Federal para acabar com essas fraudes, mas, se de fato foi realizada essa investigação, ninguém tomou conhecimento do resultado.

No Brasil, essa prática criminosa, lamentavelmente, é vista com descaso pelas autoridades. Não se tem notícias da punição rigorosa de quem faz e de quem contrata essas pesquisas feitas com o propósito de influir no ânimo dos eleitores e alterar o curso das campanhas eleitorais.

Vamos esperar que nas eleições deste ano haja uma fiscalização maior e que essas consultas de araque sejam tratadas com mais rigor pelo TRE-PI e MPE, com a punição exemplar de quem as produz e de quem as contrata.

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