As instituições que compõe a operação "Topique", que investiga fraude na licitação do transporte escolar, recomendaram o afastamento de três servidores da Secretaria Estadual de Educação. Quatro servidores efetivos são alvo da operação.
A terceira fase da operação, deflagrada na manhã desta segunda-feira (27), teve como alvo a deputada federal Rejane Dias(PT), servidores e ex-servidores lotados na diretoria financeira da Secretaria de Educação. Os detalhes foram apresentados na manhã de hoje, durante uma entrevista coletiva.
Através dos mandados de busca e apreensão, a Polícia Federal espera coletar elementos que confirmem o superfaturamento de contratos firmados em 2015 e 2017,e que continuaram ativos, mesmo após a primeira fase da investigação em 2018.
De acordo com a Polícia Federal, além do superfaturamento, os servidores que participavam dos pregões realizam a desclassificação de propostas que seriam mais vantajosas aos cofres públicos. Já as empresas participantes do esquema, realizavam uma espécie de combinação de preços apresentados, e, após vencerem os processos, terceirizavam a prestação do serviço.
"O serviço era prestado por terceiros em condições de total insegurança. Temos informações de dois acidentes graves envolvendo crianças que utilizavam veículos inadequados, sub contratados por empresas investigadas na Topique", explicou o delegado da Polícia Federal, Albert Moura.
Ainda de acordo com a Polícia Federal, a deputada federal Rejane Dias é alvo da nova fase da Topique por ter sido gestora da Seduc no período investigado pela operação. Foram cumpridos mandados na residência e no gabinete da parlamentar. A PF também confirmou que pessoas ligadas à Rejane também foram alvo de busca e apreensão.
Delegado da Polícia Federal, Albert Moura
"O envolvimento dela se justifica em razão do exercício do cargo de secretária de Educação de 2015 à 2018. De como que nessa terceira fase, investigamos pessoas diretamente ligadas ao pagamento dos contratos. A secretária, como ordenadora de despesa, estaria presente. Ao longo da análise do material apreendido constatou-se o recebimento de vantagem indevida por ela e familiares", informou a delegada Milena Soares, que preside o inquérito.
Ainda de acordo com a Polícia Federal, existem indícios de que o esquema funcionava no Piauí desde 2008.
O material apreendido e os contratos investigados serão analisados pela Polícia Federal.
Natanael Souza
Redacao@cidadeverde.com
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