14 de jul. de 2020

150 ANOS DA CIDADE DO BREJO – MARANHÃO – 11/JULHO/2020 –

Destaques da entrevista do jornalista e escritor Renato Araribóia de Britto Bacellar a emissoras de rádio da cidade do Brejo, na manhã deste sábado, 11/julho/2020, nesta data que comemorativa do seu sesquicentenário de emancipação política do referido município maranhense!

EI-LOS:

“- Nada mais gratificante para mim a oportunidade de saudar o povo e a cidade do Brejo quando, neste 11 de julho de 2020, vê-se comemorado o sesquicentenário de emancipação política deste indormido município maranhense.

Todos compreendemos a modéstia da programação aniversária que se iniciou na última quinta-feira, 9, e que se encerrará neste sábado, 11, com missa solene, às 19 horas na igreja catedral de Nossa Senhora da Conceição.

Minhas raízes genealógicas do tronco FURTADO BACELLAR são brejenses. Meus avós, Antônio José da Costa Bacellar/ Maria Vicência Furtado (Castello Branco, perdido em troca do sobrenome do marido) Bacellar constituíram prole de 14 filhos (7 homens e 7 mulheres) todos nascidos na antiga fazenda “MANGABEIRA”, até então pertencente à região geográfica de BREJO DOS ANAPURUS.

Meu pai, RAUL FURTADO BACELLAR, o caçula dos homens, (n.: 26-maio-1891) teve seus primeiros estudos na sede do município. A matriarca, sua mãe, teria sido a sua primeira professora. Prosseguiu estudos em São Luiz, Capital, antes de ingressar no ensino universitário no Rio de Janeiro onde já se encontravam irmãos. Graduou-se em farmácia química e lente em letras pela então Faculdade de Pharmácia e Medicina em Belém do Pará. Foi aluno do cientista Oswaldo Cruz de quem se tornou assistente, a partir de 1911, na campanha dizimadora de impaludismo e outras doenças daquela região do Amazonas, norte do Brasil.

Após algum tempo, abriu sua 1ª Pharmácia na cidade de Altamira do Pará e, ao depois, por volta de 1917 veio morar na cidade de Parnaíba, região litorânea do Piauí, onde já se encontravam outros familiares, dentre eles destacando-se seu irmão, um pouco mais idoso, engenheiro Miguel Furtado Bacellar, considerado pioneiro na implantação do sistema ferroviário em solo piauiense, a começar de “Amarração”, depois denominado município de Luís Correia, no que permanece, prosseguindo-se com 147 quilômetros de linha férrea a alcançar a cidade de Piracuruca, ainda na região norte do Piauí...”

PROSSEGUE o entrevistado RENATO BACELLAR:

RAUL FURTADO BACELLAR, passou a ser considerado, em decorrência de pesquisa de âmbito nacional, levada a efeito, em 1982, pela Fundação Roberto Marinho, detentora do grupo de comunicação – rádio, jornal e televisão do Brasil, em parceria com o laboratório industrial “La Roche”, de nacionalidade francesa – passou a ser considerado, repete-se aqui – o farmacêutico mais idoso do Brasil em plena atividade. Faleceu e foi sepultado na cidade de Parnaíba, dia 12 de novembro de 1996, aos 106 anos de idade.

O Dr. Raul jamais esqueceu o seu Brejo de nascimento. Misto de farmacêutico – médico era procurado por seus conterrâneos recebidos com afeto para o trato de moléstias de que se queixavam.

Quero, aqui, ressaltar, que minhas doces lembranças desde a infância sempre estiveram voltadas para o Brejo. Quando criança, meus pais me presenteavam com períodos de férias escolares – geralmente no mês de julho – para usufruí-las nesta que, no passado, era considerada “cidade pomar”, de tão rica a variedade de fruteiras a proporcionar o gorjeio de aves de diferentes plumagens e cantos. Bastava colocar a gaiola em ponto estratégico na noite do dia anterior para poder admirar, na manhã do dia seguinte, a quantidade de passarinhos de variados portes físicos que adentravam espontaneamente naquele recinto à procura de alimento, este, geralmente constituído de “pirão de farinha com leite de gado”. Lembro bem que, ao final dos dias de férias, meu cuidado era acondicionar, bem protegidas, as gaiolas, geralmente confeccionadas de cipó de buriti, para utilizá-las na próxima temporada.

Hospedava-me, no Brejo, no casarão da Rua Gonçalves Dias, 933, centro, que pertenceu, inicialmente, aos meus avós e depois herdado pela minha tia Antonieta Bacellar de Souza Martins, carinhosamente identificada por TIÊTA já nesta época viúva do eminentíssimo juiz de Direito, Dr. Francisco Firmino de Souza Martins, falecido prematuramente.

Tiêta/ Dr. Firmino eram pais de Júlio Bacellar de Souza Martins, nascido nesta brejense (9 de outubro de 1915), reconhecidamente, no apontar seus traços biográficos “...um clérigo que optou por exercitar o sacerdócio na escola. Tratava-se de um homem prudente, um professor perspicaz, um esposo apaixonado, um pai amável, um cristão coerente e um político despojado...”  destacados no livro “Retalhos de uma vida”, contendo poesias, poemas e discursos, edição 2015, de autoria de Júlio, meu primo, em parceria com outras personalidades, dentre as quais parentes, comemorativo pela passagem (in memoriam) do seu centenário de nascimento.  O professor Júlio, como era conhecido, faleceu com apenas 52 anos de idade, em 16 de agosto de 1967.

O professor BACELLAR foi casado com Idilva Farias Lopes, natural de Guaramiranga, Estado do Ceará, os quais tornaram-se pais de Maria Antonieta (a “Êtinha”), Diva Maria, Ana Luiza, Eva Maria (falecida em tenra idade) e Lúcia de Fátima.

Também poeta, o beletrista Júlio Martins produziu versos para expressar sentimentos nobres tão próprios de sua personalidade literária.

Dele, em homenagem ao que intitulou de “AO MEU BREJO” aqui tão oportuno para realçar o sesquicentenário do Brejo, outroramente chamado de “BREJO DOS ANAPURUS”, veem-se reproduzidos estes versos:

Não tenhas, brejense, inveja

D’alheios rios de cristal;

Que há tão doce que seja

Igual ao berço Natal?

Não penses que a tua vida

Entre nós fique esquecida

Venha aqui desfalecer...

Entre nós há muitas flores,

O nosso sol é de amores,

Tudo aqui pode viver...

 

Há em nós a mesma crença

Da terra que te embalou...

Aqui nunca se fez ofensa

A quem a nosso Brejo amou

Também aqui há venturas,

Também temos formosuras

Como todas as que o Brasil tem.

E se por aí há grandezas,

Nós aqui temos belezas,

Que do céu somente vêm.

 

Há além longas arcarias,

Emblemas d’antiguidade;

Há palácios, pedrarias

Riquezas da humanidade

Nós que temos os prados,

De primavera adornados,

Por um eterno verdor...

Temos montes grandiosos,

A lua, os astros são formosos,

São tesouros do Senhor...”

 

EM SUA ENTREVISTA, ressaltou o jornalista e escritor Renato Bacellar:

BREJENSES,

                Ontem, 10/julho, em manifestação repercutida em meios de comunicação da cidade, expressei-lhes estas espontâneas palavras brotadas do fundo do meu coração:

AO HEROICO POVO BREJENSE

 

Ao ensejo da comemoração alusiva ao 150º aniversário de emancipação política dessa heroica e altaneira cidade maranhense de Brejo, a transcorrer, sua data máxima neste 11 do corrente, expresso ao seu bravo povo as minhas homenagens quer como descendente genealógico da família tronco FURTADO BACELLAR quer como cidadão honorário o que muito me orgulha.

Esforcei-me para estar presente a todas as solenidades que tem marcado essa histórica efeméride, mas, infelizmente, a pandemia do coronavírus que tem dizimado impiedosamente criaturas humanas em todos os continentes do universo terrestre, impede-me de realizar tão gratificante desejo.

Parabenizo a todos indistintamente no reconhecimento de que, mesmo enfrentando a adversidade causada pela “COVID-19”, também diante do rigoroso inverno que desabrigou, mais recentemente, dezenas de conterrâneos de diferentes rincões do município, não têm perdido o embalo inquebrantável da fé de que dias melhores virão para o progresso e bem estar social de seu invicto povo.

Sem dúvida, não me faltará oportunidade de poder abraçá-los no afago fraterno e solidário que haverá de nos manter por tempo imorredouro.

Afetuosamente...”

                RENATO BACELLAR, sempre discorrendo de improviso, também disse:

Quero, por derradeiro, em homenagem indistinta a todos os vultos vivos ou já falecidos, integrantes da pujante história do BREJO, destacar, sem nenhum desmerecimento para os de tão ilustres outros, estes nomes: Miguel Furtado Bacellar, Roque Macatrão, Cândido Mendes de Almeida, Tobias Pinheiro, Firmino de Souza Martins, Júlio Bacellar de Souza Martins, Bernardo Coelho de Almeida, Doralice de Carvalho Caldas, Pedro Portela Costa, Armando Bacellar Couto Filho, Pedro Diniz, Raul Furtado Bacellar, Carlota Caldas, José Farias de Castro, Samia Maria Furtado, Paulo Sérgio Santos de Carvalho, Marly Bacellar, Ana Léa Martins, Francidalva Freitas da Silva, Mayza Eugênia Messias Feitosa, Neuton Martins de Oliveira, Reverendo Monsenhor Pedro Santos, casal José Furtado Bacellar/ Maria das Neves Couto Bacellar, Padre Máximo Martins Ferreira, santíssima Nossa Senhora da Conceição (padroeira do Brejo), Frei e educador Honório, Antônio Cornélio da Silva, Almirante Érico Bacellar da Costa Fernandes e, assim, enfim, como ressaltado aqui, sem desmerecimento de qualquer outro tão importante nome da história passada e presente do BREJO – Maranhão, a minha mais sincera manifestação de incomensurável amizade...” (sem revisão do entrevistado)

OBSERVAÇÃO FINAL: Renato Araribóia de Britto Bacellar é Presidente da Fundação Dr. Raul Furtado Bacelar, com endereço na Rua Vera Cruz, 744, bairro São José, fones (86) 9-8804-4343/ 3322-3624, bacellaradvogados@gmail.com, CEP: 64.218-120. Parnaíba - Piauí

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