29 de mai. de 2020

Presidente do Sindicato da Construção Civil alerta para demissões em massa no Piauí


O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon Teresina), Francisco Reinaldo, voltou a se posicionar contra a paralisação total do setor de forma prolongada. Ele afirmou que essa medida é contrária à proposta de não sufocar a economia do Estado, que já tem apresentado dificuldades para se manter estável.

De acordo com Reinaldo, existe um diálogo constante com lideranças do Governo do Estado e com a Prefeitura de Teresina, mas advertiu que, até o momento, não lhe foi apresentado um plano de reabertura gradativa das atividades econômicas que estão suspensas devido a pandemia de Covid-19..

"Teresina é a capital com medidas mais restritivas em relação à construção civil, tanto pela paralisação de todas as obras, como pelo tempo de duração da paralisação das atividades. Isso tem gerado impactos sérios na manutenção de diversos setores essenciais. O Piauí registrou 43,7% de queda de arrecadação. Teresina teria que ser a melhor nessa pandemia. Estamos, provavelmente, entre os dez primeiros em indicadores positivos, mas pelo nosso rigor era para estarmos em primeiro lugar. Lugares que não tiveram todo esse rigor estão em situações melhores", afirmou ele.

Francisco Reinaldo disse que o fato do segmento industrial estar com 70 dias de atividades suspensas diverge da proposta de atenção à economia, geração e manutenção de empregos nesse período de pandemia. “Inicialmente orientamos para que os gestores evitassem as demissões, mas agora não tem mais como sustentar isso, pois as empresas já fizeram todos os esforços que podiam. A princípio, 15% do corpo efetivo já foi demitido e, infelizmente, acreditamos que na próxima semana já haverá uma quantidade bem maior de demissões”, revelou o presidente.

Segundo Francisco Reinaldo, os últimos dados divulgados já mostram uma estabilização da evolução da doença. "No Piauí, ainda tem aumentado um pouco por causa das cidades do interior, mas na capital já há uma estabilização. Não no sentido de volume e quantidade, mas em relação ao índice de velocidade que agora é menor, comparado a como aumentava anteriormente",

Ele ressaltou que protocolos de segurança que já foram apresentados à Prefeitura e demais órgãos competentes já receberam protocolos do setor.

"Temos tido esse cuidado de mostrar os protocolos que as empresas deverão adotar para essa retomada segura. Até nos locais que tiveram lockdown as obras públicas e de infraestrutura não pararam. Faz mais de 30 dias que entregamos uma proposta à Prefeitura e até o momento não tivemos resposta. O importante do protocolo é que se você resolver retornar daqui uma semana ou 10 dias, as empresas já estarão se preparando", afirmou.

Reinaldo garantiu que o setor está consciente de todas as medidas sanitárias junto aos colaboradores. "Tem sido reforçado o uso de máscaras, de álcool gel distribuído ao longo das obras, que normalmente são abertas. Está incluso a medição da temperatura corporal dos trabalhadores nos canteiros de obras, bem como a divisão do horário de almoço ou ampliação dos refeitórios, se houver possibilidade para isso. Essas são medidas suavizadoras de riscos”, concluiu o presidente do Sinduscon.

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