21 de mar. de 2020

Corrida mundial para testar dois medicamentos contra o coronavírus

EUA, China, Espanha e outros países começam ensaios clínicos em pacientes com compostos contra a malária e o ebola. Cientistas brasileiros também estão desenvolvendo uma vacina.

Pesquisador se prepara para entrar em um laboratório militar de alta segurança nos Estados Unidos.
Pesquisador se prepara para entrar em um laboratório militar de alta segurança nos Estados Unidos.ANDREW HARNIK / AP (AP)
O mundo assiste a uma corrida científica sem precedentes para encontrar tratamentos eficazes contra a doença provocada pelo coronavírus. Entre todas as drogas de interesse, há duas que estão recebendo atenção especial: uma é um medicamento genérico já aprovado contra a malária e a outra é um tratamento experimental projetado para combater o ebola, mas que não chegou a tempo de fazê-lo. A nova pandemia pode dar a esses dois compostos uma segunda vida.
O ministro da Saúde da Espanha, Salvador Illa, anunciou nesta sexta-feira que vários hospitais espanhóis iniciarão dois ensaios clínicos com pacientes para demonstrar a eficácia do remdesivir, um medicamento desenvolvido pela empresa farmacêutica norte-americana Gilead para tratar o ebola e que ainda está em fase experimental. Três hospitais ―o La Paz, em Madri, o Clinic, em Barcelona, ​​e o Cruces, em Vizcaya― já começaram a recrutar pacientes, e outros cinco devem aderir nos próximos dias: o 12 de outubro e o Ramón y Cajal, em Madri; o príncipe das Astúrias de Alcalá de Henares (Madri); o Carlos Haya, em Málaga, e o Vall d’Hebron, em Barcelona.
A própria farmacêutica está fazendo testes clínicos em humanos. Os primeiros resultados são esperados para o final de abril. A China também está conduzindo dois grandes ensaios com esse mesmo antiviral, comparando seus efeitos em pacientes em estado grave e moderado.
Os esforços atuais buscam encontrar compostos úteis tanto para curar os casos mais graves como para tratar os mais leves e tentar reduzir a capacidade de transmissão do vírus. É aqui que a hidroxicloroquina, baseada em um medicamento usado contra a malária há décadas e relativamente barata, pode desempenhar um papel importante. Esta molécula tem um potencial efeito duplo. Primeiro, é um antiviral que poderia combater diretamente o SARS-CoV-2. Também possui efeitos anti-inflamatórios, o que poderia melhorar os sintomas de pacientes com pior prognóstico.
presidente dos EUA, Donald Trump, sugeriu na quinta-feira que ambos os medicamentos estão praticamente aprovados para uso. Mas o órgão responsável pela aprovação de fármacos no país o corrigiu, alertando que, como em qualquer outro caso, é necessário comprovar em ensaios clínicos que essas drogas são seguras e eficazes e que, por enquanto, não há evidências de que funcionem, segundo informou a Bloomberg. (Matéria completa).
Edição: Blog do Pessoa com informações do El País

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