19 de mar. de 2020

China e EUA começam os testes clínicos das vacinas contra o coronavírus

Especialistas alertam que é necessário pelo menos um ano para uma solução que freie a epidemia.


Pesquisador manipula a vacina desenvolvida pelos EUA no primeiro dia do teste clínico, em Seattle.

Pesquisador manipula a vacina desenvolvida pelos EUA no primeiro dia do teste clínico, em Seattle.TED S. WARREN (AP).
Pelo menos vinte grupos de pesquisa e indústrias farmacêuticas de todo o mundo estão procurando maneiras de formular vacinas contra o coronavírus ou produzir antivirais que aliviem a doença que ele causa. Os enormes esforços dedicados ao seu desenvolvimento sugerem que os tempos costumeiros serão reduzidos, mas os especialistas têm sérias dúvidas de que uma vacina viável chegue antes de 2021. Consegui-la até o próximo ano já seria um pequeno milagre. Além do mais, será necessário tempo e capacidade de produção para que a vacina útil chegue às milhões de pessoas em todo o mundo que possam precisam dela.
“As vacinas em andamento estão em seus estágios iniciais, algumas são promissoras, mas precisam ser eficazes e seguras, e haver capacidade de produção suficiente para atender às necessidades globais, por isso será um longo período”, alertou Fernando Simón, diretor do Centro de Coordenação de Alertas e Emergências Sanitárias. “O fato de existirem não significa que estejam disponíveis”, acrescentou, em entrevista coletiva à imprensa nesta terça-feira.
As duas vacinas mais avançadas são as que estão sendo desenvolvidas pela China e os Estados Unidos. O país asiático anunciou nesta terça-feira que acelerou a corrida para ser o primeiro país a encontrar um remédio para a Covid-19. O Ministério da Defesa confirmou em comunicado divulgado terça-feira à noite que seu primeiro protótipo da vacina contra o coronavírus está pronto para testes clínicos. Este projeto foi desenvolvido por uma empresa privada, a CanSino Biologics, localizada em Tianjin ―cidade portuária perto da capital―, em colaboração com a Academia Militar de Ciências Médicas.
Desde terça-feira os responsáveis pelo projeto procuram voluntários para realizar os primeiros testes em seres humanos: os candidatos têm que ser pessoas saudáveis, com idades entre 18 e 60 anos e que não tenham tido a doença. No entanto, mesmo que os ensaios sejam bem-sucedidos, a vacina só estaria pronta para comercialização em pelo menos 12 meses.
Edição: Blog do Pessoa com informações da EL PAÍS

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