Por: Carlos Henrique Araujo(*)
No entendimento popular, é comum as pessoas dividir o nosso tempo de vida em três fases: passado, presente e futuro. Aparentemente está certo, mas na verdade só existe uma – o presente, pois o futuro ainda vai chegar (ou não) e o passado já passou. Só o presente é real. Ele é o fruto de nosso livre arbítrio.
Somos o que desejamos ser e conseguimos aquilo em que acreditamos, basta pensar, sentir, acreditar e lutar por nosso objetivo.
A vida é uma só. É esta que estamos vivendo agora. Poderão existir outras, mas só se vive uma de cada vez. A única certeza absoluta que temos é do final desta vida. Mais cedo ou mais tarde todos nós iremos morrer.
O termo “Qualidade de vida”, em moda hoje, é utilizado por vários movimentos e correntes de idéias espalhados pelo mundo afora, como: a Simplicidade voluntária, a Sociedade para a Desaceleração do Tempo, Pegue seu Tempo de Volta, Círculos da Simplicidade, Física Quântica, Programação Neuro-linguística e Constelação Familiar, etc.
Em todos esses movimentos, a pressa, o estresse, o excesso de trabalho, a ganância, a disputa para ser o maior, o melhor e o mais rico, estão dando lugar a ações voltadas para o cuidado com o corpo, com o espírito, com o próximo, com o meio ambiente, com o planeta, com a vida, com a felicidade e com a paz mundial.
Pelos quatro cantos do planeta, esses movimentos pregam a desaceleração da vida moderna e apontam alternativas para quem quer trabalhar fazendo o que gosta, viver a vida sem pressa, ajudar ao próximo, cuidar do planeta, enfim fazer o bem aos outros e conseqüentemente a si próprio.
A velocidade, símbolo do desenvolvimento tecnológico, da produção e do consumo, cada vez mais vorazes, criou uma necessidade de “urgência” que poucos conseguem administrar. O resultado é um novo mal “mal do século”, símbolo do nosso tempo.
É, segundo o médico americano Larry Dossey, a Doença da Correria ou Síndrome do Pensamento Acelerado, uma resposta ao fato do nosso relógio interno ter virado um relógio de pulso despertador.
Mas nem tudo está perdido, há muita gente pensando diferente. Em todo o mundo, grupos mais ou menos organizados vêm criando maneira de diminuir o ritmo, de abrir mais espaço para o lazer, para os prazeres sadios e para a família, através de iniciativas que privilegiam o bem-estar, a convivência amorosa e harmônica, a simplicidade, a tradição local, o resgate da história e da hospitalidade das pessoas.
Este é o começo de uma revolução cultural, uma mudança radical na forma como vemos e vivemos o nosso tempo, e como lidamos com a velocidade da modernidade e a pressa cotidiana.
Significa colocar qualidade antes de quantidade. “É uma espécie de “filosofia do devagar, onde se percebe que nem sempre a rapidez é a melhor maneira de fazer as coisas”, disse a Galileu Carl Honoré, autor do livro “Devagar”, já lançado no Brasil.
O “devagar” leva as pessoas a entenderem que há outros metabolismos, ritmos e experiências significativas, privilegiando o Ser sobre o Ter e dando mais importância às culturas pessoal e espiritual.
Carlos Henriques de Araújo
Escritor – Membro da UBE-PI
Escritor – Membro da UBE-PI
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