14 de fev. de 2020

Brasileiros pagam R$ 29 bi só para ter conta em banco


Os brasileiros pagam caro apenas para manter uma conta corrente nos bancos tradicionais. Segundo dados do Valor Invest, no ano passado essa conta chegou a R$ 29 bilhões (para efeito comparativo, corresponde a algo como dois terços do PIB do Piauí) somente nas tarifas ordinárias que dão direito a um pacote de serviços padronizados. São serviços que, em muitos casos, o dono da conta nem deseja – por exemplo, quando mantém uma conta-salário – mas que a instituição bancária empurra goela (ou melhor, bolso) abaixo.
Essa conta do Valor cobre somente os cinco grandes bancos com atuação no Brasil: Banco do Brasil, Itaú, Brasdesco, Caixa e Santander. Não aparecem aí bancos que focam em segmentos mais restritos, como Safra. E a conta se mostra excessiva exatamente quando cresce a presença dos chamados bancos digitais, com tarifas bastante reduzidas ou mesmo sem tarifas.
O pacote de serviços essenciais que geram essas taxas é limitado, mas dá direito aos seguintes benefícios:
• receber um cartão de débito;
• até quatro saques por mês;
• duas transferências entre contas de um mesmo banco;
• acesso a conta e consultas de saldo pela internet;
• dois extratos impressos por mês em caixa automático ou guichê;
• compensação de cheques;
• discriminação de tarifas pagas no decorrer do ano;
• até dez folhas de cheque por mês.
A grana é representativa para os bancos: os R$ 29 bilhões correspondem a cerca de 10% das receitas totais dos cinco grandes do setor financeiro, segundo informações dos balanços dos próprios bancos. O detalhe é que muitos correntistas sequer se dão conta da cobrança, “perdida” em meio a diversas informações do extrato.
Por Fenelon Rocha/cidadeverde.com

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