Mas as escaramuças continuaram. Em visita à Bahia, Bolsonaro afirmou que os governadores da região "fazem politicalha" e querem transformar o Nordeste "em uma Cuba".
E ainda lá na Bahia, o presidente voltou a carregar nas tintas. E descarregou:
- (...) Não existe esta questão de preconceito. Eu tenho preconceito é com governador ladrão que não faz nada para o seu estado.
Os governadores do Nordeste – todos de oposição ao presidente Jair Bolsonaro – começaram o ano de 2019 com toda a corda.
Eles se reuniram num Fórum de Governadores, criado às pressas para fazer frente ao novo governo, e mandaram bala, através de notas públicas com críticas e ataques ao presidente.
Este, por sua vez, não levou desaforo para casa. Topou a briga. Aliás, ele é daqueles que não foge de uma querela, por mais besta e sem futuro que ela seja.
E mandou brasa.
Em conversa informal com um de seus ministros, gravada pela imprensa, Bolsonaro chamou governadores do Nordeste de “paraíbas”.
Os governadores, com os brios feridos, imediatamente publicaram nas redes sociais uma nova carta aberta ao presidente acusando-o de estar discriminando a região.
O presidente esclareceu, então, que sua crítica não era genérica e que estava falando particularmente de dois governadores – o do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) e o da Paraíba, João Azevêdo (PSB).
Novo alvo
Os governadores meteram a viola no saco. Não publicaram mais carta contra o presidente nos termos das primeiras. Nem cobraram satisfação pela nova declaração dele.
Até estranhou que eles, os governadores, que ficaram tão ofendidos quando foram chamados de “paraíbas”, não tenham se incomodado quando Bolsonaro afirmou que tem preconceito é com governador ladrão.
Ouviram, mas fizeram de conta que não era com eles.
Melhor assim. Esticar a corda pra quê? Silêncio em nome da governabilidade.
Ainda fizeram umas criticas ao projeto de reforma da Previdência, botaram uns bonecos e acabaram fora dela.
Agora estão pagando o preço de fazer em seus estados o que poderiam ter feito apoiando a reforma do presidente.
Mas não voltaram à carga contra ele. Não há informação de que tenham mandado cartão de Natal para Bolsonaro, mas isso não é improvável.
E segue o baile!
Com a trégua dos governadores nordestinos, o presidente mirou sua metralhadora giratória no governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), e abriu fogo contra ele.
Bolsonaro identificou no governador do Rio um potencial candidato contra ele nas eleições de 2022 e desconfia que Witzel esteja por trás do escândalo para incriminar seu filho Flávio Bolsonaro (PSL), hoje senador.
Os próximos capítulos dessa novela serão exibidos agora em 2020.
Por Zózimo Tavares
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