Ainda não foi digerida a intempestiva volta à Assembleia dos seis deputados que ocupavam postos executivos, dando lugar a seis suplentes. O clima é tenso no Legislativo estadual e os suplentes não estão nem um pouco satisfeitos com os titulares. Uns falam em desconsideração ou descortesia. Outros usam palavras mais duras, como traição.
O problema é que os suplentes foram pegos de surpresa. Não foram avisados que perderiam a condição de deputados em exercício para voltar à condição de suplentes, onde já não tinham muito mais que o salário de parlamentar. O descontentamento é tão grande que os suplentes simplesmente se desligaram do grupo de WhatsApp que os deputados mantêm.
Isso não é comum, já que muitos suplentes que sequer assumiram fazem parte desse grupo, bem como ex-deputados que nem mesmo concorreram nas eleições passadas. Esse grupo funciona como um lugar de aproximação, troca de informações e também de descontração, já que há espaço para as brincadeiras entre os membros. Mas os suplentes surpreendidos não estão para conversa. Muito menos para brincadeiras.
Dentro da Assembleia, alguns deputados foram buscar a interferência do presidente da Casa, Themístocles Filho (MDB) para superar a crise. Mas a maioria acha que esse não é um problema do Legislativo. Quem tem que resolver a crise é mesmo o governador Wellington Dias, antecipadamente informado pelos deputados que estavam deixando as secretarias e voltando para a Alepi.
Alepi teve 36 deputados por algumas horas
É visível a tensão entre deputados efetivos e suplentes, tensão em boa medida se estendendo ao Palácio do Karnak – que se fez de morto embora tenha sido informado antes sobre o que ocorreria. Mas os deputados costumam relaxar rindo das próprias crises. E já riem do que chamam de “o dia que a Assembleia teve 36 deputados”. Isso porque os suplentes foram surpreendidos no dia 2 com a chegada dos titulares.
Como nada foi combinado entre os donos do mandato e os ocupantes temporários, os titulares chegaram para o expediente juntamente com os suplentes. Assim, por algum tempo, o plenário da Casa tinhas mais que o número legal de 30 deputados: estavam lá, uns olhando para os outros, os titulares que chegavam para assumir o posto e os suplentes, que não sabiam que estavam perdendo a cadeira.
Por Fenelon Rocha/cidadeverde.com
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