Que Wellington Dias não liga para o atraso de salários de funcionários terceirizados, todos já sabem. Os coitados não entram na conta quando o petista e sua trupe repetem o discurso do “salário em dia”. Mas a conta do descontrole do governo agora já chegou para parte dos aposentados também.
Quase mil servidores inativos da Assembleia Legislativa do Piauí ainda não receberam o dinheiro de suas aposentadorias referente ao mês de maio de 2019. O montante devido não foi revelado, mas fontes acreditam que o valor chegue perto dos R$ 5 milhões.
“O que acontece é que quando a gente se aposenta, deixa de receber pela ALEPI e passa a receber pelo IAPEP. Até o início do ano recebíamos [a aposentadoria] junto com os [salários dos] servidores da ativa. Mas não é mais assim. Agora é sofrimento. Não tenho dinheiro para comprar meus remédios”, relatou um aposentado que, alegando sentir-se humilhado, não quis se identificar.
O Política Dinâmica confirmou o atraso com fontes da ALEPI e do Governo do Estado. Os aposentados da Assembleia, de fato, ao se tornarem inativos, passam a receber pelo IAPEP. Mas até o mês de fevereiro deste ano, a ALEPI fazia um “favor” ao Governo do Estado: pagava com recursos próprios os inativos e esperava o ressarcimento. Os salários na ALEPI são pagos todo dia 11 de cada mês.
“Mas o Estado começou a atrasar demais, e isso estava colocando em risco os compromissos e obrigações da própria ALEPI. Então agora a folha dos aposentados só vai para o banco quando o IAPEP deposita o dinheiro”, explicou a fonte da ALEPI.
“Sim, os salários estão atrasados. Mas aqui no Governo [do Estado], a ordem é tratar como um caso isolado. Dezenas e dezenas de aposentados já ligaram e vieram aqui. Alguns bastante desesperados. Parece que arrumaram aí um dinheiro para pagar [o atrasado] nesta sexta-feira [dia 14 de junho]”, alega uma fonte dentro do IAPEP.
A mesma pessoa, em tom de desabafo, continuou falando sobre o tema. “Acho até que vão usar essas manchetes sobre a queda do FPM para justificar. Mas estou aqui há mais de 15 anos e essas variações do Fundo de Participação [dos Estados] são as mesmas desde sempre. Previsíveis como um relógio. Aqui tá é bagunçado mesmo. O Estado está no fundo do poço para bancar as eleições desse povo que manda aí. Quando sobra pra campanha, falta pra salário mesmo”. (Marcos Melo)
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