22 de mai. de 2019

Vikstar é acusada de não pagar rescisões contratuais de mais de 300 ex-funcionários

A empresa de call-center Vikstar Teresina é acusada de não pagar as verbas rescisórias de mais de 300 ex-funcionários. Ao Portal AZ, um ex-funcionário que preferiu não ter a identidade revelada denunciou que a empresa parcelou o pagamento das rescisões contratuais, mas não está cumprindo com o acordo. 
“A nossa rescisão foi parcelada em três vezes. Meu FGTS só recebi depois de mais 30 dias que fui demitido. Agora a última parcela da rescisão não caiu, era pra ter sido paga no dia 11 deste mês. Mais de 300 pessoas não estão recebendo as parcelas da rescisão e a empresa não comunica data de pagamento. Estamos perdidos e sem receber nossos direitos”, disse o denunciante. 
Empresa Vikstar (Foto:reprodução internet)
Ele destacou ainda que a empresa não recebe os ex-funcionários para discutir sobre os atrasos. "Estamos com contas atrasadas, famílias para sustentar e não temos um posicionamento da empresa sobre isso. Eles não passam nenhuma data e não recebe nenhum dos ex-funcionários. Estamos sem saber o que fazer”, desabafou. 
O denunciante ainda acrescentou que o setor de Recursos Humanos da empresa não é autorizado a passar informações sobre a previsão de pagamento. 

O que diz o Sindicato

Procurado pela reportagem do Portal AZ, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações e Operadores de Mesas Telefônicas do Estado do Piauí (Sintell Piauí), João de Moura Neto, afirmou que tem conhecimento sobre as denúncias dos ex-funcionários e que o sindicato é contra o parcelamento que a Vikstar está realizando.
Call-Center da empresa Vikstar Teresina (Foto: reprodução internet)
“O único caminho que o trabalhador demitido tem é acionar a empresa na Justiça. Como a posição da empresa é fechada, apostamos em uma negociação. O sindicato já acionou a Justiça contra a Vikstar para regularizar essas pendências”, disse.
João de Moura ainda relata que mais de 1200 funcionários já foram demitidos da Vikstar, somente nesses primeiros meses do ano. Segundo ele, as demissões ocorrem por conta de contratos terceirizados. Recentemente a Vikstar perdeu o contrato com a empresa de telefonia móvel Tim, o que ocasionou a demissão em massa de funcionários.
“A empresa parcelou e está pagando uma parte para esses funcionários. Uma parte a Vikstar já pagou os 40% e já atualizou os dados. Cerca de 300 pessoas ainda faltam receber o pagamento das verbas rescisórias. A previsão desse pagamento era pra ocorrer no dia 11 de maio, mas a empresa alegou que não tinha dinheiro para pagar. Quando a empresa comunicou, imediatamente, o Sinttel buscou o tribunal para tentar resolver esses pagamentos”, disse. 
João esclarece que a Vikstar apresentou uma proposta em adiar o pagamento de parcelas rescisórias para o dia 25 de maio (sábado). O sindicato não concordou e acionou a Justiça exigindo o pagamento de uma multa de 1% por dia até a data do pagamento. “Nós fizemos a proposta e questionamos também que um grupo de trabalhadores que foram demitidos no mês passado, não receberam o salário. Eles estão até agora sem receber o [salário] de abril. A empresa não concordou com o pagamento da multa e fez uma proposta de pagar com a multa da correção da poupança", disse.
O presidente afirma que a previsão é de que até quinta-feira (23) a empresa divulgue a nova data de pagamento. 
“De qualquer jeito se a empresa pagar ou não, já acionamos a Visktar na Justiça que é para obrigar o pagamento. Então a nossa ação é pedir que a Justiça faça uma multa da empresa porque parcelou, dê outra multa porque não pagou em dia o que foi combinado e aplique os juros e correção monetária em cima desses valores em atraso e por último que a Justiça sequestre o valor a ser pago pelos trabalhadores já que a empresa não está cumprindo. Nós vamos pedir para sequestrar o valor em caixa da Vikstar e se não houver caixa, que sequestre a emissão da fatura da empresa no fornecedor, no caso a empresa Vivo. O sindicato está tomando todas essas atitudes e inclusive de pedir o bloqueio do pagamento da fatura da empresa. Estamos fazendo tudo que é possível e o alcance do sindicato”, finaliza. 
A reportagem entrou em contato com a Vikstar, mas a empresa não atendeu as ligações. O Portal AZsegue aberto para devidos esclarecimentos.

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