Atravessando a Ponte Simplício Dias você chega à Ilha de Santa Izabel, lugar onde a exuberante natureza formado por rios, igarapés, milhares de carnaubais, cajueiros, mangueiras e floresta nativa enche de alegria aqueles que ali moram e a quem visita a região.
Do alto da ponte, olhando o rio abaixo, você vê Fazendinha, Paraíso e Vazantinha. Rio acima você encontrará os povoados Alto do Batista, Céu e São José. Até o Alto do Batista você vai margeando o Rio Igaraçu por uma estrada de calçamento, feita há mais de 20 anos, sem conservação, esburacada mas dá para andar. Do Alto do Batista ao Céu, a estrada é um verdadeiro inferno, são quase dois quilômetros de lama, água e buracos.
O São José a que me refiro não é o Carpinteiro de Nazaré, marido de Maria, pai espiritual de Jesus. Não é. Falo aqui do Povoado São José, ponto turístico, com simples e bons restaurantes, cuja população esperava grande fluxo turístico com as promessas feitas para aquela região.
Foi prometida, por exemplo, uma pavimentação poliédrica em toda a extensão da estrada. Isso em setembro de 2018, quando foi colocada uma placa anunciando quem executaria a obra, com prazo de 180 dias para o término da mesma e o valor de R$ 4.116.285,30 (quatro milhões cento e dezesseis mil, duzentos e oitenta e cinco reais e trinta centavos).
Da tão prometida obra foram pavimentadas somente 150 metros de cumprimento por 10 metros de largura, aproximado 1.500 metros quadrados, pelo valor anunciado na placa, temos o calçamento mais caro do Brasil ou talvez do mundo.
Em 2018, um ano eleitoral, o Governo do Estado assumiu a função que sempre foi das prefeituras, que é calçar praças, ruas e avenidas. E o governo autorizou diversas secretarias a fazerem calçamentos em cidades e povoados de quase todo o estado do Piauí. Grandes somas em dinheiro foram gastas, com pequenas obras construídas. Estas obras de calçamento merecem atenção especial do Ministério Público, do TCE, Polícia Federal, Caixa Econômica e de milhares de pessoas que fecham os olhos para a corrupção que tanto mal faz ao nosso país.
(*)Benedito Gomes/ Contador-UFPI/Blog do Bsilva
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