Professores celetistas da rede estadual de ensino do Piauí reclamam do atraso no pagamento de salários. Segundo a categoria, os docentes estão há mais de dois meses sem pagamento. Por conta da situação, alguns profissionais realizaram protesto na cidade de Cocal, no Norte do estado. A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) diz que tem conhecimento do problema e diz que a situação será discutida.
O atraso acontece em várias cidades piauienses, segundo a categoria. Éverton Azevedo é professor celetista em Buriti dos Lopes e reclama do descaso por parte do governo. “Quero alguma resposta se vão pagar a gente. Isso atrapalha a vida da gente, nós trabalhamos para receber”, disse.
A professora Caroline da Silva diz que tem que dar conta de ministrar aulas em toda a escola diante da ausência de alguns professores celetistas.
“O trabalho é dobrado porque temos que dar conta e ministrar aulas nos três turnos. O estado quer qualidade de ensino. Sou efetiva, mas tenho meu trabalho prejudicado devido à situação dos colegas. A gente compreende, mas precisa de uma solução porque na escola há apenas quatro professores efetivos para dar conta de todas as turmas”, reclamou a professora.
A situação é grave e muitos professores estão abandonando o magistério e vendendo produtos para arcar com as despesas de casas. Germana Machado, contou que foi necessário vender produtos para não passar fome. “Temos que ter outras fontes de renda”.
Gabriel Luís Mares, professor celetista, deixou a sala de aula e foi para a BR vender água e doces para sustentar a família. “Eu tive que parar de dar aulas com regularidade porque precisava sustentar minha família. Tenho uma filha de três anos”, afirmou.
Na maioria dos casos, os professores precisam se deslocar por estradas vicinais custeando as despesas do transporte para poder dar aula.
Em Cocal, os professores foram às ruas protestar. Ravenna Rodrigues disse que os docentes trabalharam três meses e receberam somente um mês de pagamento. “Não temos nem data de quando vamos receber o restante”, disse.
A estudante Patrícia Maria Machado participou da manifestação em Cocal. Ela foi para a rua usando cartazes de apoio à manifestação dos professores. “Estamos sem aulas, isso prejudica nosso desempenho no vestibular. Isso aqui é nosso futuro”, disse.
O problema não atinge somente o Norte do estado. Em São Raimundo Nonato, região Sul do Piauí, acontece a mesma coisa. Uma professora que prefere não se identificar denuncia a falta de compromisso com a educação.
“A situação está se tornando insustentável. A subsistência e a sobrevivência das nossas famílias, a manutenção das nossas famílias está comprometida”, declarou.
A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) diz que tem conhecimento do problema e diz que a situação será discutida no Palácio de Karnak com outras pastas, já que isso envolve órgãos financeiros do estado.
Fonte: Bom Dia Piauí/TV Clube
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